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Rescaldo do incêndio prossegue e autarquia pensa já na reflorestação em Sintra-Cascais

O presidente da Câmara de Cascais disse hoje que o fogo que deflagrou no sábado à noite na serra de Sintra continua em rescaldo e é altura de preparar a limpeza e reflorestação da área ardida com espécies autóctones.

“A situação está controlada, durante a noite vão manter efetivos ainda assim com bastante reforço no terreno, a nível de Proteção Civil, mas também com a chegada dos militares que irão fazer o patrulhamento da serra”, explicou à Lusa Carlos Carreiras (PSD).

O autarca acrescentou que, a par dos trabalhos de controlo da frente ativa do incêndio que deflagrou, pelas 22:50 de sábado, na zona da Peninha, a tarde de domingo foi também ocupada com “as equipas para lançar os trabalhos de limpeza, logo que seja possível”.

“A preocupação vai também para toda a logística para reflorestar a serra, utilizando para isso o nosso banco genético florestal, que tem 5.000 árvores e arbustos de espécies autóctones”, frisou.

Os trabalhos de reflorestação devem ter lugar após a limpeza da área ardida, com a consolidação natural dos terrenos, por causa da eventual erosão provocada pelas chuvas.

“Este incêndio na verdade não começou no concelho de Cascais e não foi propagado em partes mais críticas, que seriam de floresta mais densa, porque tem vindo a ser trabalhada e ordenada, e isso tem levado a que tenhamos tido bons resultados”, salientou Carlos Carreiras, confrontado com críticas para a falta de limpeza das áreas florestais na serra.

O adjunto do comando nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Pedro Nunes, disse à Lusa que o incêndio no Parque Natural de Sintra-Cascais “está em rescaldo e já em vigilância” e que se encontram “no terreno 550 operacionais, apoiados por 148 veículos”.

“Os meios aéreos entraram de manhã, para resolver a frente que estava ativa, reabastecendo no aeródromo de Tires e foram ficando durante o dia”, explicou o comandante Pedro Nunes.

As operações, com o apoio dos meios aéreos, consistiram durante o dia na “consolidação do rescaldo, com apoio de máquinas de rasto”.

O comandante distrital de Lisboa da ANPC, André Fernandes, precisou à Lusa que durante o dia operaram no ataque às chamas e no apoio ao rescaldo “seis aviões anfíbios, um helicóptero pesado e helicóptero ligeiro”.

Apesar das indicações favoráveis em termos de ventos, o comandante André Fernandes frisou que os meios vão manter-se no terreno “para evitar algum problema”, incluindo os três pelotões militares, e admitiu que o incêndio possa ser considerado extinto “durante o dia de amanhã [segunda-feira]”.

“Este padrão meteorológico é propício ao desenvolvimento e propagação dos incêndios”, salientou, por seu lado, o comandante Pedro Nunes, notando a importância de respeito pelas proibições decorrentes do “prolongamento do período crítico” de incêndios.

O incêndio deflagrou no sábado, na Peninha, na serra de Sintra, distrito de Lisboa, e alastrou depois ao concelho de Cascais. Foi dominado pelas 10:45 de hoje.

O fogo provocou 21 feridos ligeiros, entre os quais dez operacionais e um civil que foram levados para o hospital e dez bombeiros que foram assistidos no local e regressaram ao combate ao incêndio.

Cerca de 300 pessoas foram retiradas do parque de campismo da Areia, e outras 47 foram levadas de suas casas, localizadas em toda a área do fogo, nomeadamente nas localidades de Biscaia, Almoinhas Velhas e Figueira do Guincho.

Segundo as autoridades, não há habitações atingidas pelo incêndio.

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