Economia

Um por cento da população tem metade da riqueza mundial

dinheiropobreza riqueza oxfamCerca de metade da riqueza mundial, segundo a Oxfam, está nas mãos de um por cento da população. Um relatório realizado para o Fórum Económico Mundial, em Davos, revela que aquele grupo restito de mais ricos do mundo detém mais de 80 biliões de euros.

Metade da riqueza do mundo está na mão de um grupo restrito de um por cento de multimilionários, adianta um relatório divulgado nesta segunda-feira pela organização humanitária Oxfam.

O documento chamado ‘Working for the Few’ [Governar para as Elites – Sequestro Democrático e Desigualdade Económica] demonstra, por outro lado, que riqueza que está concentrada no grupo de 85 pessoas mais ricas do mundo equivale ao total dos recursos que metade dos pobres de todo o mundo têm disponíveis.

O relatório demonstra que as concentrações de riquezas num grupo de elites são cada vez mais acentuadas, de tal forma que os mais ricos do mundo detêm 110 biliões de dólares (81 biliões de euros).

“Este fenómeno global levou a uma situação na qual um por cento das famílias do mundo são donas de quase metade (46 por cento) da riqueza do mundo. No último ano, 210 pessoas tornaram-se bilionárias, juntando-se a um grupo restrito de 1426 indivíduos com um valor líquido combinado de 5,4 triliões de dólares”, pode ler-se no documento.

“É chocante que metade da população do mundo não tenha mais do que a minúscula elite [um por cento da população mundial] cujos lucros podem caber confortavelmente num autocarro de dois andares”, disse Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam, citada pelo Globo.

A crescente desigualdade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento está a conduzir a um processo em que cuidados básicos de saúde ou educação com qualidade começam a ficar acessíveis apenas aos mais ricos.

“Sem um esforço para enfrentar a desigualdade, a cascata de privilégios e de desvantagens continuará a trespassar gerações. Em breve, a igualdade de oportunidades passará a ser apenas um sonho”, sublinhou ainda a diretora-executiva da Oxfam.

Este aumento do fenómeno de concentração de riqueza leva a uma procura crescente de paraísos fiscais, o que, desse modo, deixa os Estados vulneráveis à fuga ao fisco. Assinala-se processos de perdas salariais, perda de qualidade dos serviços básicos e um desequilíbrio económico que pode gerar conflitos sociais em todo o mundo.

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