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Rastreios de cancro do ovário são inúteis, concluem investigadores

cancro ovarioDe acordo com investigadores norte-americanos, os rastreios de cancro do ovário são inúteis e podem até revelar-se prejudiciais nas mulheres saudáveis. Os testes produzem falsos positivos, intervenções cirúrgicas sem necessidade e não reduzem a mortalidade.

Os testes para deteção do cancro do ovário não produzem qualquer efeito positivo, segundo uma pesquisa norte-americana, levada a cabo pelo US Preventive Service Task Force, um grupo de trabalho que atua na área da prevenção.

Os exames tradicionais – que normalmente se traduzem em análises sanguíneas que tentam detetar o cancro nos ovários e marcadores biológicos agregados a esta doença – podem mesmo revelar-se contraproducentes, com efeitos secundários negativos para as mulheres saudáveis.

Desse modo, esses exames não tornam possível a redução da mortalidade associada a este tipo de cancro, nem sequer cumprem um papel relevante na prevenção da doença, segundo concluem os investigadores, que concluíram ainda que há inúmeros casos em que se detetam falsos positivos.

Nestes casos, as mulheres são submetidas a operações naturalmente escusadas, que têm, regra geral, efeitos secundários e uma elevada taxa de complicações decorrentes da cirurgia.

Virginia Moyer, responsável máxima por este grupo de trabalho, explica que “não existe um método eficaz de deteção do cancro do ovário” que torne possível aos médicos reduzir a taxa de mortalidade”. Não existem, ao mesmo tempo, quaisquer testes de rotina recomendáveis nos casos das mulheres que não apresentem sintomas de padecerem de cancros nos ovários.

Esta não é a primeira vez que surgem informações neste sentido. Recentemente, a American Cancer Society, uma associação norte-americana que luta contra o cancro, fez recomendações semelhantes. Também a American Congress of Obstetricians and Gynecologist, através de um grupo de ginecologistas, apontou no mesmo sentido.

Um grupo de médicos especialistas independentes, que foram nomeados pelo governo federal dos EUA, defendeu ainda que também nos rastreios de cancros da próstata os exames são inúteis, assim como as mamografias em mulheres com menos de 50 anos de idade.

No caso dos cancros do ovário, existe um consenso médico muito amplo, no que diz respeito aos testes de deteção da doença. Já nos cancros da próstata e da mama não se verifica essa unanimidade de opinião entre especialistas.

Este estudo da US Preventive Service Task Force é relativo a um país (os EUA) onde todos os anos são detetados mais de 22 mil casos de cancro do ovário, com 15,5 mil mortes, vítima da doença, anualmente.

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