« Um governo que rouba a Pedro para dar a Paulo pode depender sempre do apoio de Paulo.»
George Bernard Shaw

Ficou -se a saber qual a contrapartida exigida por Bruxelas em troca do resgate a Chipre.Uma só medida agitou os mercados financeiros, deixou os cipriotas à beira de um ataque de nervos, russos furiosos e italianos e espanhóis muito receosos e os britânicos indignados.

Bruxelas decidiu que os depositantes dos bancos cipriotas iriam pagar uma taxa sobre o valor dos seus depósitos.A medida foi tornada pública num fim semana, para evitar que os depositantes retirassem o seu dinheiro dos bancos. Um terço das contas cipriotas tem titulares russos, que optaram por colocar o seu dinheiro longe do rigor do clima russo. A ligação é tão forte que, o governo de Moscovo concedeu a Chipre um empréstimo de vários milhões de euros. Assim que tiveram conhecimento da medida, os russos manifestaram publicamente o seu desagrado, tendo o presidente russo dito que as relações entre os dois países poderiam ser afetadas. O governo britânico apressou-se a garantir que os britânicos ao serviço do governo seriam compensados, mas deixou a grande comunidade britânica residente na ilha a ver o dinheiro a sair-lhes das contas sem nada poder fazer.

Espanhóis e italianos temem que a sua vez chegue, e uma medida tão original os espere!
A medida foi chumbada no parlamento de Nicósia, e o governo cipriota tem agora de arranjar uma outra solução, o ministro das finanças de Chipre deslocou-se a Moscovo para falar com o seu homologo, para saber qual a possibilidade de os russos ajudarem a encontrar uma nova solução. Chipre continua com os bancos e a Bolsa fechados, mas nem tudo são más noticias para os governantes cipriotas, o representante da igreja ortodoxa cipriota já manifestou a disponibilidade da igreja em colocar o seu património Disponível para evitar que sejam estrangeiros a ditar o futuro da ilha.

O banco central europeu emitiu um ultimato a Chipre, os governantes tem 4 dias para encontrar uma alternativa à taxa sobre os depósitos bancários, caso contrário fecham a torneira, o mesmo que dizer deixar os bancos cipriotas falirem.
Todos estes acontecimentos e a já famosa austeridade fazem perguntar, a quem dará Pedro a sua lealdade quando o momento chegar?