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PSD dá o dito por não dito e salienta que só “sugeriu” demissão do ministro da Saúde

O vice-presidente da bancada do PSD Adão Silva defendeu hoje que o partido não pediu a demissão do ministro da Saúde, mas apenas a sugeriu, afirmando que a bancada e a direção sociais-democratas “estão plenamente sincronizadas” nesta matéria.

“Não pedimos – porque não é essa a norma do PSD – a demissão de nenhum membro do Governo, mas sugerimos que o ministro da Saúde deve repensar muito bem o que está a fazer no Governo quando o descalabro na saúde é patente e manifesto, e quando há uma sobreposição inédita e insólita em que o ministro das Finanças também governa o Ministério da Saúde”, afirmou Adão Silva, em declarações aos jornalistas no final do plenário.

Questionado se as afirmações do presidente do PSD, Rui Rio, em Beja segundo as quais não “é o seu estilo” pedir demissões de membros do Governo não desautorizam a bancada, o vice-presidente da bancada do PSD negou.

“O que nós sugerimos – vou repetir a palavra: sugerimos – ao senhor ministro da Saúde é que possa repensar a sua função, a sua presença no Governo. A conversão da sugestão em ideia imperativa não foi nossa, estamos absolutamente sincronizados com líder do PSD, dr. Rui Rio”, afirmou.

Adão Silva rejeitou, desta forma, “a ideia que perpassou na comunicação social” de que o PSD pediu a demissão de Adalberto Campos Fernandes depois de o deputado Ricardo Baptista Leite ter afirmado em plenário: “O senhor ministro falou da importância da seriedade na política. Face ao descalabro em que está instalado o Serviço Nacional de Saúde, a única atitude séria que se podia esperar do senhor ministro da Saúde era a sua demissão hoje, aqui e agora”.

No final do plenário, os jornalistas aguardavam o líder da bancada do PSD junto à entrada do seu grupo parlamentar, mas foi Adão Silva que se disponibilizou para responder à comunicação social sobre esta matéria, tendo Fernando Negrão saído do plenário pela porta contrária.

Questionado se a “sincronização” entre bancada e direção do partido se estende à definição da estratégia a adotar sobre o caso judicial que envolve o antigo primeiro-ministro José Sócrates, Adão Silva disse não ter comentários a fazer.

“Ora aí esta uma matéria sobre a qual não vale a pena falar neste momento”, disse.

Hoje, em Beja, Rui Rio foi questionado sobre o repto lançado por Baptista Leite e afirmou que as demissões de ministros “dependem do primeiro-ministro”.

Questionado sobre se, independentemente de caber ao primeiro-ministro demitir ministros, o PSD não pode pedir a demissão de um membro do Governo, Rio limitou-se a frisar: “Pode, mas não é propriamente o meu estilo”.

“Acho que o Governo tem de fazer uma reflexão”, envolvendo “o primeiro-ministro, o ministro das Finanças” e “o ministro da Saúde”, para “ver o que é que podem fazer no quadro da gestão do Ministério da Saúde em Portugal porque uma coisa é clara: Assim eu acho que não pode continuar”, disse o líder social-democrata.

O presidente do PSD referiu que não assistiu ao debate, mas, pelo que lhe contaram, “o que se passou não foi nenhum pedido de demissão”.

“Aquilo que me dizem que foi o debate foi os deputados do PSD perguntarem ao ministro da Saúde”, Adalberto Campos Fernandes, “se ele não quer reequacionar a sua posição, inclusive no Governo, face ao facto de estar a dividir a gestão do ministério, na prática, com o ministro das Finanças”, argumentou.

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