É praticamente certo que o congresso do PS decorrerá antes das autárquicas deste ano e a candidatura de António Costa parece uma fatalidade. Nos Açores, António Costa realizou um discurso ‘à nação’, digno de um líder da oposição. E António José Seguro nunca recolheu unanimidade no Partido Socialista, que está mais dividido do que nunca.
No mercado de Olhão, Seguro foi confrontado com o fantasma que o persegue e preferiu responder de forma evasiva, ainda: diz que a Câmara de Lisboa “está bem entregue” a António Costa, “um bom presidente” daquela autarquia.
Apesar de revelar que está em campanha para as autárquicas, António José Seguro saberá que pode nem ser o secretário-geral do PS nesse sufrágio. E a Câmara de Lisboa pode até nem ser o destino de António Costa, cuja recandidatura está por confirmar.
“Tudo tem o seu tempo”, afirmou hoje Seguro, no mercado de Olhão. E a palavra ‘tempo’ aplica-se na perfeição. Quanto tempo durará a disputa interna do Partido Socialista? Quanto tempo demorará até que o presidente da Câmara de Lisboa anuncie que vai avançar para o cargo de Seguro? Quanto tempo resta até às eleições internas do PS? A 10 de fevereiro, dia da reunião da Comissão Nacional, o tempo de Seguro será definido.
Esta indefinição no PS e em Lisboa surge numa altura em que o PSD e o CDS apresentam Fernando Seara como candidato à Câmara de Lisboa.
