Mundo

Protestos e repressão marcam dia em que oposição espera entrada ajuda humanitária na Venezuela

Protestos e repressão em território venezuelano marcaram a manhã de hoje, dia em que a oposição espera fazer entrar centenas de toneladas de ajuda humanitária no país, armazenadas na Colômbia, Brasil e Curaçau.

As fronteiras com a Colômbia, Brasil e as Antilhas Holandesas amanheceram encerradas, na sequência de ordens do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o que provocou levou centenas de venezuelanos em Ureña, no Estado de Táchira e que faz fronteira com a Colômbia, a protestar.

As imagens das televisões mostraram os momentos em que efetivos da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) venezuelana tentaram dispersar os manifestantes em Ureña e também de quando um grupo de alegados “coletivos” (motociclistas armados afetos ao regime) tentaram atemorizar os manifestantes.

Uma mulher ajoelhou-se e com os braços abertos pediu várias vezes aos militares para que permitissem a entrada de ajuda humanitária no país. Em resposta recebeu ordens para retroceder e várias granadas de gás lacrimogéneo, enquanto a própria GNB avançava alguns metros na sua direção.

Grupos de mulheres, vestidas de branco, exibiram cartazes com mensagens para os militares em que se lia “Coloca-te do lado certo da história”, enquanto alguns manifestantes gritavam “ou abrem ou abrimos nós”, referindo-se às pontes que ligam a Venezuela e a Colômbia, bloqueadas por ordens do regime.

Na cidade fronteiriça venezuelana de Ureña, que dista cerca de 10 quilómetros de Cúcuta, apesar da presença policial nas proximidades, um grupo de populares incendiou um autocarro do sistema de transporte público de passageiros da Venezuela.

Pelas 12:00 locais (16:00 em Lisboa) dezenas de cidadãos estavam concentrados nas quatro pontes que unem a Colômbia e a Venezuela, para exigir aos militares que permitam a entrada de ajuda humanitária no país.

Ainda em Táchira, deputados da Assembleia Nacional, denunciaram que “coletivos” atacaram e roubaram vários autocarros em que circulavam, durante a última noite.

A imprensa venezuelana dá conta de que nas proximidades da ponte de Tienditas, foi instalado um acampamento de apoiantes do regime de Nicolás Maduro.

Do outro lado do país, em Santa Elena de Uairén um grupo de alegados “coletivos”, armados e encapuzados, ameaçam quem se tenta aproximar da zona fronteiriça com o Brasil, mesmo com a fronteira bloqueada por efetivos da GNB.

Dezenas de venezuelanos concentraram-se junto o posto de controlo fronteiriço de “La Línea”, pedindo a entrada de ajuda humanitária no país.

No Curaçau, as autoridades anunciaram que a ajuda humanitária segue em barco até águas internacionais, à espera de autorização para entrar em território venezuelano.

Em destaque

Subir