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Presidente Erdogan tenta ‘golpe palaciano’ na Turquia para se tornar num sultão

Foto: Michał Józefaciuk/Senat Rzeczypospolitej Polskiej

Foto: Michał Józefaciuk/Senat Rzeczypospolitej Polskiej

A demissão do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu é apenas um capítulo do ‘golpe palaciano’ em curso na Turquia. O Presidente Recep Erdogan vai aproveitar o congresso partidário (22 de maio) para forçar uma revisão constitucional que o tornará num sultão dos tempos modernos.

Os analistas internacionais não hesitam em classificar as recentes movimentações políticas na Turquia como um ‘golpe palaciano’ orquestrado por Erdogan, o Presidente que nomeou Ahmet Davutoglu e, quando o primeiro-ministro lhe começou a fazer sombra, lhe puxou o tapete.

Davutoglu jurou que não sai “por escolha sua”, embora Erdogan responda que o ainda governante “tomou a decisão”. Este testemunho contra testemunho foi simplificado por um dos principais jornais turcos, o Cumhuriyet: “Golpe palaciano”.

Forçado a sair, Ahmet Davutoglu deixa o palco (leia-se poder) para o Presidente. O ainda primeiro-ministro convocou um congresso do AKP para 22 de maio e já revelou que não será candidato, o que permitirá a Erdogan escolher um ‘fantoche’ para ser o próximo primeiro-ministro.

Como se isto não bastasse, antecipam também os analistas, o Presidente vai aproveitar esse congresso para acelerar o processo da revisão constitucional. O intuito dessa revisão será criar um regime presidencialista na Turquia, tornando Recep Erdogan no todo-poderoso sultão da Turquia moderna.

Depois, será só marcar eleições, as terceiras em menos de ano e meio.

A União Europeia, devido à crise dos refugiados, e os EUA, face à posição estratégica turca no contexto da NATO, acompanham a evolução da situação. E a chanceler alemã Angela Merkel, através de um porta-vos do partido (Juergen Hardt), já tinha deixado um aviso subliminar, disfarçado de comentário sobre o acordo para a deportação dos migrantes ilegais: “A Turquia terá de escolher se o seu caminho a leva à Europa ou rumo a um maior isolamento”.

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