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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, com poderes especiais para governar

nic maduro feliz 210nic maduro bigÀ semelhança de Chávez, Nicolás Maduro vai poder governar sem ter de prestar explicações ao Parlamento. Os deputados votaram a favor da concessão dos poderes especiais que o Presidente exigia para lutar contra a escalada da inflação.

O Parlamento da Venezuela votou a favor do próprio esvaziamento: durante um ano, Nicolás Maduro vai poder governar por decreto, sem que os deputados possam cumprir a função de fiscalização. A concessão de poderes especiais ao Presidente foi ontem aprovada por uma maioria de três quintos (99 de um total de 165 votos), o mínimo para que a “lei habilitante” entrasse em vigor.

Foi o próprio Nicolás Maduro quem solicitou poderes especiais para, alegadamente, lutar contra a “guerra económica” movida pela oposição, com “os apoios imperialistas” estrangeiros, uma referência ao boicote económico decretado pelos EUA. Devido a essa “guerra económica”, a Venezuela tem assistido a uma escalada da inflação, que já bateu os 54 por cento, e a uma escassez de bens alimentares e de consumo corrente.

A primeira vítima dessa “guerra económica” foi uma política: da primeira vez que o Presidente ‘convidou’ o Parlamento a dar-lhe plenos poderes, Maria Mercedes Aranguren votou contra, tornando impossível chegar aos 99 votos necessários. Desta vez, os deputados começaram por destituir Aranguren, sob a acusação de corrupção: para o mesmo lugar foi indicado Carlos Flores, que votou a favor.

Não é a primeira vez que o Presidente da Venezuela tem poderes especiais e pode legislar por decreto. O antecessor de Maduro, Hugo Chávez, criou mais de 200 leis durante uma autorização semelhante. A concessão de poderes extraordinários tem sido um facto ordinário na política venezuelana desde os anos 70.

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