Preparador físico do Sporting abandona futebol: “Acordo com pesadelos”
O preparador físico do Sporting, Mário Monteiro, atacado com uma “tocha a arder a 240 graus” na Academia de Alcochete, revela que acorda “com pesadelos”, “como se estivesse na guerra do Iraque”. Em entrevista ao Jornal de Notícias, diz-se “de rastos” e anuncia que vai deixar o futebol e regressar à carreira de docente.
Mário Monteiro foi um dos elementos do staff leonino que foram vítimas do ataque na Academia de Alcochete. E em entrevista ao Jornal de Notícias faz um relato impressionante, não apenas do que viveu, mas das mazelas que persistem.
“O que se passou foi absolutamente traumatizante. Foi um ato terrorista. Um filme de terror. De repente entram pessoas na Academia a gritar, a lançar tochas e a agredir. Fui atacado nos pulsos e no tronco com uma tocha a arder a 240 graus centígrados”, conta.
“Estou de rastos, sem condições psicológicas para voltar à Academia. Sinto-me inseguro e perseguido. Apresentei queixa na polícia e vou pedir proteção para a minha família”, assegurou.
O sofrimento não se restringe à dor física provocada por uma “tocha a arder, a 240 graus centígrados”. Há mazelas psicológicas por curar.
“Tenho muita dificuldade em adormecer e, no meio dos pesadelos, acordo como se estivesse na guerra do Iraque”.
Mário Monteiro deixa críticas implícitas aos responsáveis pela segurança da Academia. Lembra que o local é vedado, que só com autorização e perfeitamente identificado se consegue entrar.
“Não sei quem deu autorização ao grupo para entrar”, refere.
Diz ainda que perdeu a confiança na SAD e defende que a atual equipa técnica e os jogadores continuam em risco: “As câmaras de segurança filmaram 38 pessoas a entrar. Estão 23 em prisão preventiva. Portanto, há 15 indivíduos que estão soltos e que podem ser um perigo para a equipa técnica e plantel”.
O preparador físico do Sporting garante que vai deixar o futebol e regressar à escola onde está colocado, como professor de Educação Física.
