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Portugueses em crise “vão ser generosos” com o Banco Alimentar, acredita Isabel Jonet

“Também se verifica que há alguns idosos que tiveram de acolher nas suas casas filhos e netos”, complementou a responsável, acrescentando o aumento brutal dos impostos diretos, como o IVA, deixa as pessoas “muito penalizadas”. “É toda essa conjuntura que tem feito com que a pressão sobre as instituições de solidariedade tenha crescido muito nos últimos tempos”, reforçou.

Segundo um estudo recente realizado pela federação, perto de dois milhões de pessoas vivem em Portugal em situação de pobreza, das quais cerca de 160 mil não tiveram, em 2012, capacidade financeira para uma refeição de carne ou peixe pelo menos de dois em dois dias. Quase 40 por cento dos inquiridos revelaram ter passado um dia sem comer, no ano passado, por falta de dinheiro e mais de metade referiu que o rendimento familiar “nunca é suficiente para viver”.

Para responder ao aumento da procura, os bancos alimentares “têm procurado aumentar a quantidade de produtos”, diversificando os modelos de recolha. Como exemplo, Jonet citou a campanha “Papel por alimentos”, que permite converter o papel doado em produtos alimentares básicos (como leite, azeite ou atum): “só no ano passado foram recolhidas 3500 toneladas de papel, o que permite converter em muitos alimentos”.

Este fim de semana, o BA terá na rua cerca de 39.500 voluntários, que “vão estar à porta dos supermercados a convidar o público a contribuir para as pessoas mais carenciadas da sua região”. A campanha não finda no domingo, pois até dia 9 é possível alimentar esta ideia através da “Ajuda Vale”, um vale cuja compra é convertida num de seis produtos básicos.

A grande novidade apresentada este ano é a campanha que vai decorrer em Cabo Verde. Com a parceria da Fundação Donana, “foi possível organizar um banco alimentar e vamos fazer agora a primeira campanha em duas ilhas no mesmo modelo que se faz em Portugal”, revelou Isabel Jonet.

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