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Portugal poderá ser a maior referência mundial na olivicultura moderna em 10 anos – estudo

Portugal poderá tornar-se na próxima década “a maior referência na olivicultura moderna e eficiente”, o terceiro maior produtor de azeite e o sétimo país com maior área de olival do mundo, segundo um estudo hoje divulgado.

A expectativa, que tem em conta “o crescimento esperado” do setor olivícola em Portugal nos próximos 10 anos, é admitida no estudo “Alentejo: A Liderar a Olivicultura Moderna Internacional”, realizado por duas consultoras.

Portugal e, em particular, o Alentejo são o país e a região “com as melhores características para o desenvolvimento da olivicultura moderna no mundo”, refere o estudo, que é apresentado hoje em Beja, na 6.ª edição das Jornadas da Olivum – Associação de Olivicultores do Sul.

Segundo o estudo, atualmente, Portugal é o nono país com maior área de olival, o sétimo maior produtor de azeitona e o oitavo maior produtor de azeite do mundo.

Atualmente, Portugal tem uma área total de olival de 361.483 hectares (ha), que registou um “ligeiro acréscimo nos últimos anos” e é quase “idêntica”, mas ainda assim “inferior”, à que havia em 2000 (367.351 ha).

No entanto, o olival é “diferente” e o tradicional ocupa 134 mil ha (37,2 por cento do total), o moderno em copa 119 mil ha (33,2 por cento) e o moderno em sebe 108 mil ha (29,6 por cento).

Em 1999, o olival moderno representava “apenas 2 por cento” da área total de olival e, atualmente, representa 63 por cento.

Ou seja, nos últimos 20 anos, “o olival português passou por uma profunda transformação: de um olival tradicional e não competitivo passou-se para um olival moderno e eficiente”.

Em relação à produção de azeitona, em 2017, o ano de maior produção dos últimos 20 anos, produziram-se 858.413 toneladas, cerca de cinco vezes mais do que as 167.161 toneladas produzidas em 2000, o ano de menor produção.

Em Portugal, 96,4 por cento da azeitona produzida destina-se à produção de azeite e os restantes 3,6 por cento a azeitona de mesa.

A produtividade média de azeitona em Portugal “quadruplicou em apenas 18 anos” e passou de cerca de 0,5 toneladas por ha de olival em 2000 para duas toneladas por ha em 2018.

Já a produção de azeite subiu de cerca de 40 mil toneladas em 2000 para 134.684 toneladas em 2018.

Do total de azeite produzido em Portugal, 72 por cento era virgem e virgem extra em 2005 e foi 95 por cento em 2017, ano em que houve uma produção “residual” de azeite de menor qualidade.

Atualmente, Portugal tem 462 lagares de azeite, menos 526 do que em 1997, quando havia 988, e quase metade (217) está na região Centro, 118 no Norte, 118 no Alentejo, oito no Algarve e apenas um na área de Lisboa.

Apesar do número de lagares ter “diminuído drasticamente” para menos de metade em 20 anos, “assistimos a um aumento da quantidade e a uma melhoria na qualidade” do azeite produzido em Portugal.

Dos 64 países produtores de azeite, Portugal é o que “tem os melhores recursos para produzir de forma eficiente” devido a vários fatores, como o tamanho e as características inovadoras das explorações, disponibilidade de água, momento de maturação do fruto e o elevado nível tecnológico dos lagares que “são os mais modernos do mundo”.

“Esta situação ocorre, sobretudo, na área de influência do projeto Alqueva”, no Alentejo, frisa o estudo.

No último triénio, o setor do azeite deu um “importante contributo para o saldo da balança comercial” portuguesa ao gerar “um volume de negócios superior a 620 milhões de euros”.

Trata-se de “um valor 2,5 vezes superior” ao volume de negócios do triénio 2010, 2011 e 2012 e de “cerca de 9 por cento do valor da produção agrícola nacional”.

As exportações portuguesas de azeite têm crescido “de forma muito marcada nos últimos anos” e atingiram quase 500 milhões de euros em 2017, “colocando Portugal como 5.º maior exportador mundial de azeite”.

Também é “um setor empregador, resiliente e que investe”, indica o estudo, referindo que os projetos já aprovados no setor olivícola no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 representam um investimento total de quase 675 milhões de euros, repartidos por cerca de 4.000 projetos.

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