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Pormenores e emoção no relato do GNR sobrevivente dos crimes de Aguiar da Beira

Um depoimento emocionado, com pausas, com momentos de agonia e tristeza mas também onde António Ferreira, militar da GNR que sobreviveu aos crimes de Aguiar da Beira, arrasou Pedro Dias, tido como suspeito do caso que fez ‘parar’ Portugal durante cerca de um mês. O primeiro dia do julgamento, na Guarda, ficou marcado pelas palavras do GNR que sobreviveu para contar os pormenores daquela madrugada sangrenta. Falou perante o juiz, mas não o fez enquanto Pedro Dias esteve na sala de audiências. O alegado autor teve de sair da sala.

Esse facto, de resto, foi já falado (ver aqui) mas a audiência teve outros motivos de realce.

António Ferreira, que ainda recupera dos disparos, diz que passou revista ao carro onde estava Pedro Dias, naquela madrugada de 2016.

“Pedro Dias era perigoso e estava referenciado pelo posto de Fornos de Algodres”, recorda as indicações que recebeu via rádio da GNR e de que o arguido podia estar armado.

Logo depois, Carlos Caetano (o outro GNR que acabou por morrer), tombou.

“Se te mexeres, fo**** os corn**”, terá dito o Pedro Dias, de acordo com o que foi dito por António Ferreira em Tribunal.

Na recordação daquela madrugada, diz o militar da GNR que ainda chamou pelo colega mas só ouviu Pedro Dias.

“És burro? Não vês que ele está morto?”, terá afirmado o alegado homicida de Aguiar da Beira.

Depois, o corpo de Carlos Caetano foi colocado na mala do carro patrulha e Pedro Dias andou várias horas com António Ferreira por “Lameiras e Aguiar da Beira”.

Ato contínuo, o militar da GNR diz ter na recordação o momento em que saiu do carro e foi alvejado.

“Tinha sangue a escorrer na cara. Fiquei um bocado perdido. O sítio não me dizia nada. Caía e levantáva-me. Pensei que ia morrer”, disse António Ferreira, em declarações citadas pelo Correio da Manhã, lembrando o momento em que acordou no meio do nada, já era dia.

Pedro Dias, de 44 anos, é suspeito pelos crimes de Aguiar da Beira.

O arguido responde perante a justiça sobre a suspeita da prática de três crimes de homicídio qualificado sob a forma consumada e de três crimes de homicídio qualificado sob a forma tentada.

Além disso, Pedro Dias responde à suspeita de três crimes de sequestro e de crimes de roubo de automóveis, armas da GNR e de quantias em dinheiro.

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