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Poluição ameaça extinguir peixe que vive há 140 milhões de anos, o esturjão chinês

esturjao chines O crescimento desmesurado da China tem gravíssimos custos ambientais. O esturjão chinês, um peixe considerado um “fóssil vivo” por existir há 140 milhões de anos, está em vias de extinção devido à poluição nos rios. No ano passado, não surgiu nenhum exemplar no Yangtsé.

Há cerca de 140 milhões de anos que o esturjão chinês (Aciper sinensi) vive nas águas doces daquela que, agora, é a segunda maior potência mundial. O problema é que este peixe nunca esteve tão ameaçado como agora.

De acordo com os cientistas da Academia Chinesa de Ciências da Pesca, citados pela agência estatal Xinhua, a população de esturjões demonstra bem a iminência desse fim de ciclo. Na década de 1980, ainda havia milhares destes peixes no maior rio da China, o Yangtsé. Atualmente, devem ser cerca de 100 os sobreviventes.

“Sem reprodução natural, a população destes peixes não pode sustentar-se”, argumentaram os especialistas, apontando o dedo à poluição.

“Se não forem tomadas mais medidas para reforçar a conservação, o esturjão selvagem corre o risco de se extinguir”, frisaram os cientistas que, ao longo de 32 anos, têm monitorizado a evolução desta espécie considerada um “fóssil vivo”.

Afinal, trata-se de um peixe que sobreviveu a grandes períodos de extinção, como o que terá dizimado os dinossauros, e que corre o sério risco de não sobreviver à espécie humana, apesar de estarem protegidos pela legislação chinesa e de serem considerados um “tesouro nacional”.

De acordo com os cientistas, a crescente poluição e a construção de represas e barragens levou a que no ano passado, pela primeira vez desde que o esturjão chinês é monitorizado, não tenha ocorrido uma única reprodução nos 6,3 mil quilómetros do rio Yangtsé.

Mais: na altura em que os esturjões rumam ao mar, não foi avistado um único exemplar que estivesse a viver a juventude.

O perigo de extinção do esturjão chinês é tão real como o de duas espécies endémicas de golfinhos, de acordo com a organização ambientalista WWF. Uma delas, o Baiji, não é avistada desde 2006.

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