Polémica decisão da justiça italiana permitiu a um pedófilo escapar à prisão, mesmo após um recurso. Segundo os juízes, existia uma “relação amorosa” entre o homem de 60 anos e uma criança de 11, que está “apaixonada” pelo seu agressor. O julgamento teve de ser repetido e o homem foi libertado.
A justiça italiana desencadeou uma polémica ao dar provimento aos argumentos apresentados por um pedófilo, Pietro Lamberti, de 60 anos, que tinha sido condenado a uma pena de prisão de cinco anos.
A sentença foi conhecida em 2011 e Lamberti foi considerado culpado dos crimes de abuso sexual de menor: uma criança de 11 anos. O pedófilo decidiu apresentar um recurso, que veio confirmar a pena. Mas não desistiu e viu agora o tribunal conceder-lhe razão.
Os juízes acabam de considerar que entre o acusado e a criança existia “uma relação amorosa”, que tinha sido subestimada nas anteriores sentenças. Assim, o julgamento foi anulado.
De acordo com o jornal Il Quotidiano dela Calábria, o tribunal italiano entende que na primeira sentença e no recurso não foi tido em consideração que as relações eram “consensuais” e que o homem e a menina mantinham “uma relação amorosa, sendo que os atos sexuais eram consentidos porque a menina estava apaixonada”.
Pietro Lamberti é um funcionário dos serviços sociais de Catanzaro, uma vila italiana. Foi condenado em 2011, por abusos sexuais reiterados, com uma jovem que tinha então 11 anos. O pedófilo apresentou recurso e viu confirmada a sentença: cinco anos de prisão.
Mas o Supremo Tribunal decidiu anular o julgamento. Agora, Pietro Lamberti terá de ser julgado numa segunda instância, que terá de ter em consideração essa alegada relação amorosa entre um sexagenário e uma menor, que à data dos crimes tinha 11 anos.
A vítima dos abusos é proveniente de uma família sem recursos económicos, que confiou a menor a Lamberti. O pedófilo viria a ser apanhado através de escutas telefónicas, que permitiram que fosse apanhado em flagrante delito, na cama, a abusar da menor.
Esta decisão do Supremo suscitou uma onda de indignação, em Itália e um pouco por todo o mundo.