Para baixar o número de ataques de tubarões a humanos, a Austrália criou… Uma conta no Twitter. Mais de 320 peixes receberam um transmissor que envia um alerta sempre que um tubarão se aproximar da costa. Para os ambientalistas, é um convite à pesca ilegal.
Há cerca de um mês, Chris Boyd, um surfista de 35 anos, morreu na Austrália na sequência do ataque de um tubarão branco. O caso serviu para o clube de surfistas da região de Margaret River relançar uma petição para defender o extermínio de todos os tubarões com mais de três metros. A salvação destes peixes poderá vir de um pássaro: o Twitter.
A ideia partiu do grupo de surfistas ‘Surf Life Saving’. Através do perfil deste grupo na rede social Twitter, os praticantes de surf e também os banhistas poderão ser avisados quando um grande tubarão se aproximar da costa.
Isto acontece porque mais de 320 tubarões, na costa oeste da Austrália, foram equipados com transmissores que enviam um ‘tweet’ quando o peixe se aproximar a menos de um quilómetro da costa. Através dessa mensagem serão divulgados a localização aproximada, o tamanho e a espécie do tubarão.
O equipamento, dotado de uma bateria com capacidade para 10 anos, permite também a recolha de dados científicos. Contudo, os ambientalistas já vieram a público criticar o projeto por fornecer informações tão precisas que ‘convidam’ à pesca ilegal, como refere um artigo na Sky News.
“Não vai ter nenhum benefício positivo para a segurança dos surfistas ou dos utentes das praias e certamente vai ter um efeito devastador nos grandes tubarões brancos e em outras espécies ameaçadas de extinção”, explicou Ross Weir, do grupo de conservação de tubarões do oeste australiano.
Chris Boyd foi a terceira vítima mortal de um ataque de tubarão na costa de Gracetown, no estado da Austrália Ocidental, em uma década. Foi ainda a primeira morte por ataque de tubarão deste ano em todo o território australiano.