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Paulo Portas, o estadista que se abre ao PSD e ao… PS

Líder do CDS afastou euforias, apesar de orgulhoso pelo resultado eleitoral dos centristas. Paulo Portas destacou as dificuldades do presente, a mudança que os eleitores escolheram e chamou o PS para medidas de que o País necessita e que carecem de amplo consenso. Portas quer formar maioria com o PSD e conseguir acordos também com o “novo PS”.

Depois de ter abordado a elevada abstenção, chamando à atenção para a “nódoa” na Democracia que a desatualização dos cadernos eleitorais representa, Paulo Portas lamentou o “ceticismo” que os cidadãos revelam ao faltarem às urnas.

Mas as primeiras palmas eufóricas surgiram com uma frase: “Terminou o consulado de José Sócrates. Não poderia ser de outra forma. Sócrates teria de sair”. Paulo Portas agradeceu a confiança dos eleitores que votaram no CDS e realça o facto de ter sido consolidado o crescimento.

“Obtivemos hoje o melhor resultado dos últimos 28 anos. O CDS cresce em votos com menos eleitores a votar. Registamos uma votação muito significativa nas mesas dos novos eleitores”, salientou.

Por outro lado, defende, o CDS “deu um grande contributo para uma nova maioria”. A subida “poderia ser maior” e a “teoria do empate técnico entre PSD e PS” prejudicou os centristas: “Obviamente, o voto útil impediu o CDS de conseguir mais votos. Mas a verdade é que CDS e PSD cresceram, ambos, nesta eleição. Isto representa que nos aguentámos a um ciclo de crescimento do PDS”.

“Confirmo a disposição do CDS para construir uma maioria para quatro anos”, esclareceu Portas, que chamou os socialistas para consensos amplos de que Portugal necessitará no Parlamento: “O PS entrará num novo ciclo e ninguém deve interferir nessa reflexão. Ao mesmo tempo, o PSD e CDS não têm interesse em crispar a relação com o novo Partido Socialista”.

Portugal, segundo Portas, “precisa de uma cultura de compromisso e enfrenta situações dramáticas”. É necessária uma Revisão Constitucional, diz o líder do CDS, entre outras medidas que “carecem de um acordo com o PS”.

Hoje, defende Portas, “Portugal mudou”, mas “deu apenas o primeiro passo que torna possível essa mudança”. E só terá mesmo mudado “se no final dos quatro anos do mandato pudermos dizer ‘valeu a pena’, fez sentido”.

Portas vai mais longe: “Têm mesmo de valer a pena. Não temos o direito de falhar nem margem de manobra para errar. Se no final do mandato tivermos menos dívida pública, menos défice, menos recessão, menos crescimento, mais empresas, mais setores produtivos, mais agricultura, turismo e indústria, mais família e melhor segurança para as pessoas e, sobretudo, uma Justiça muito diferente, terá valido a pena. Nas dificuldades é que se vê a envergadura dos políticos”.

A confiança no futuro foi transmitida com uma viagem histórica: “Portugal foi sempre capaz de ultrapassar dificuldades. Várias vezes perdeu independência e a autonomia. Em quase nove séculos, ainda estamos cá todos. Vamos arranjar forças e fazer um caminho para que a intervenção externa tenha sido a última das nossas vidas”.

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