A “inércia” da burocracia impediu que, até agora, Portugal conseguisse exportar carnes, enchidos e laticínios para a China. Em visita oficial à segunda maior economia do mundo, o ministro Paulo Portas assegura que a “boa vontade” permitirá resolver esse impasse.

“A burocracia, na sua inércia”, impediu que Portugal exportasse vários produtos de valor acrescentado para a China, em especial carnes (de porco e de cavalos lusitanos), enchidos e laticínios. A admissão foi assumida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que na visita oficial ao Império do Meio garantiu querer resolver esse impasse antes do próximo ano.

“Portugal entregou hoje os dossiês técnicos para poder vir a exportar esses produtos. Poderíamos ter começado há vários anos, mas a burocracia, na sua inércia, deixou as coisas por fazer”, admitiu o número três do Governo, revelando o tema da reunião com o ministro do Comércio chinês, Chen Deming.

O próximo passo compete às autoridades chineses, que terão de enviar a Portugal uma missão técnica para “certificar o sistema de fiscalização”. Se os fiscais aprovarem os produtos, o Governo chinês poderá conceder a licença de exportação. Tudo em nome de “elevar a parceria estratégica com Portugal”, como referiam hoje os títulos de Imprensa. Nos últimos três anos, o volume de exportações mais do que duplicou: só em 2012 o país vendeu cerca de 1,27 mil milhões de euros.

“Foram hoje lançadas as bases para que isso seja possível. Pedimos às autoridades chinesas alguma celeridade, mas há, manifestamente, boa vontade relativamente aos nossos produtos”, revelou Paulo Portas.