No seu comentário na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que Pedro Passos Coelho está “a desligar”, por se sentir “injustiçado” pelo partido e pelo País, depois de ter liderado o processo de resgate. O comentador abordou ainda o caso BES, mas com uma consideração relativamente ao Presidente da República: “Cavaco tem que ter cuidado quando fala do BES”.
Marcelo Rebelo de Sousa considera que o primeiro-ministro está a “desligar”, depois de ter percebido que não merece o reconhecimento do partido e do País.
“Passos Coelho tem noção de que cumpriu a missão histórica de salvar o país. E acha que o partido e o país não agradecem suficientemente (…). Na sua cabeça, acho que ele já começou a desligar”, afirmou Marcelo, no seu comentário semanal na TVI, ontem à noite.
Para o comentador político, um dos mais notórios sinais de que o primeiro-ministro está em modo de retirada foi o facto de ter escondido informação relevante – a solução para o Orçamento de Estado relativa à questão que dividia Passos do seu companheiro de coligação: a sobretaxa de IRS.
Paulo Portas não terá tido conhecimento em tempo útil desta decisão de Passos Coelho. Para Marcelo Rebelo de Sousa, a forma como Passos lidou com este Conselho de Mnistros decisivo é um sinal que está a “desligar”.
Segundo diz Marcelo, “não é normal um primeiro-ministro, líder de um partido de coligação, esconder do vice-primeiro-ministro uma solução fundamental até à meia-noite, ou durante um Conselho de Ministros decisivo”.
Em causa está matéria da proposta de Orçamento de Estado para 2015. E sobre essa matéria, Marcelo Rebelo de Sousa entende que o documento não é eleitoralista, nem demonstra qualquer sinal de que Passos Coelho queira vencer as eleições a todo o custo.
Segundo o professor, nota-se que a proposta “faz um esforço para acolher posições de desagravamento de impostos em matéria de famílias, interioridade e empresas”.
Marcelo Rebelo de Sousa também comentou o caso-BES. Em causa estão as declarações do Presidente da República. Para o comentador, o chefe de Estado tem de ser prudente. “Cavaco tem que ter cuidado quando fala do BES”, diz Marcelo.
