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Otelo: “Forças Armadas terão de atuar” para “derrubar Governo”

oteloOtelo Saraiva de Carvalho volta a defender uma intervenção das Forças Armadas, num cenário em que a “perda de soberania” em Portugal está a “ultrapassar os limites”. Numa palestra em Coimbra, o ‘capitão de abril’ considerou que “há uma submissão da Europa à Alemanha”. Otelo pede um “novo 25 de Abril” e quer que as Forças Armadas “derrubem o Governo”.

Depois de defender, recentemente, uma intervenção armada e em força, contra o que considera ser uma “perda de soberania de Portugal”, perante a Alemanha, o coronel Otelo Saraiva de Carvalho reiterou a mesma ideia e sugeriu uma ação das Forças Armadas.

Numa palestra que decorreu no Instituto de Contabilidade e Administração de Coimbra, ontem à noite, Otelo considerou que está em causa a “defesa do povo português”, que está a ser vítima de uma “submissão” relativamente à Alemanha, “que é atualmente a grande potência da Europa”.

“Portugal está a perder a sua soberania, de uma forma marcante. Há uma submissão clara perante a Alemanha. Sem dúvida que era necessário um novo 25 de Abril”, afirmou Otelo Saraiva de Carvalho, nesta palestra que abordava o tema ‘As Forças Armadas na Defesa da República e da Democracia Portuguesa’.

Segundo Otelo Saraiva de Carvalho, “estão a ser atingidos limites” que devem merecer uma reflexão. “Quando esses limites forem ultrapassados, as Forças Armadas terão que atuar, numa operação militar que derrube o Governo”, defende, sustentando a sua teoria na “ligação constitucional das Forças Armadas ao povo português”.

Otelo reconhece que o Governo de Passos Coelho foi eleito democraticamente, segundo os valores da Liberdade, conquistados no 25 de Abril de 1974. Mas coloca pontos de interrogação: “Este Governo foi eleito. em que condições? Os portugueses estão satisfeitos com o poder? E se for realizado um novo ato eleitoral, haverá satisfação?”, questiona o coronel. “Não…”, responde Otelo.

Nesse sentido, num cenário de “perda de independência nacional”, em virtude do poder exercido pela Alemanha sobre países economicamente enfraquecidos, “as Forças Armadas terem de defender o povo”.

Otelo considerou ainda que se impõe uma nova revolução, em virtude da perda da “esperança” suscitada com o 25 de Abril. “Está a ser emitida uma certidão de óbito total à esperança da revolução”, disse, ontem, em Coimbra.

O coronel considera que os “direitos sociais dos trabalhadores” estão a ser colocados em causa, com “infrações permanentes”, numa alusão aos cortes de rendimentos e de subsídios, levados a cabo pelo atual Governo.

O que se está a passar deve-se, segundo Otelo, a “falta de audácia” do Movimento das Forças Armadas, aquando da conquista da Liberdade. “O MFA tinha o poder na mão, poderíamos afirmar Portugal como país soberano, sem sinais de neocolonialismo”, disse, citando a Islândia como “exemplo” a seguir, no que diz respeito à reação do povo perante a “injustiça”.

“O povo prendeu políticos e banqueiros. Assumiu que não pagaria a dívida, porque não era responsável pela mesma. E o poder popular emergente permitiu que fosse eleita uma comissão para elaborar uma nova Constituição”, disparou Otelo.

Recorde-se que esta é a segunda vez que Otelo Saraiva de Carvalho incita a uma operação militar das Forças Armadas, com a finalidade de derrubar um Governo que está em funções de acordo com a Democracia. Otelo foi fortemente criticado e alvo de um inquérito do Ministério Público.

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