Economia

“O país não pode suportar estas pensões”, diz Catroga, mas “a falha do Governo” é outra

eduardo catrogaEduardo Catroga, autor do programa eleitoral do PSD, reconheceu que “a falha do Governo” esteve em não fazer “cortes permanentes”, contribuindo para o agravar da situação. “O país não pode suportar estas pensões”, afirma o economista, que propõe a “capitalização virtual”.

Eduardo Catroga, o dirigente do PSD que negociou o resgate da troika e elaborou o programa eleitoral que culminou com a eleição de Passos Coelho para primeiro-ministro, manifesta-se agora desagradado com a forma como o Governo ‘laranja’ tem conduzido a sustentabilidade do Estado social.

Em entrevista à Renascença, Catroga admitiu que “a falha do Governo” esteve em apostar no lado da receita, sobretudo através do aumento dos impostos, em vez de reduzir a despesa: “ainda não foram feitos cortes permanentes e aí foi uma falha do Governo. O Governo devia ter começado logo, devia ter confrontado logo os portugueses com a necessidade de fazer três ajustamentos”.

O “modelo de crescimento errado” que existe em Portugal, baseado no investimento público, consumo e construção civil, é um desses “três ajustamentos” que deveriam ter sido realizados, a par do equilíbrio das contas públicas e do défice externo.

Como esse trabalho não foi feito, os salários e os apoios sociais terão de ser ajustados em baixa, pois “o país não pode suportar estas pensões”, defendeu Catroga. O antigo ministro das Finanças propõe que as pensões e as reformas sejam calculadas através da “capitalização virtual”: os apoios sociais seriam a prioridade e “tudo o resto era distribuído em função da permilagem a que cada um tinha direito”, conforme as contribuições realizadas.

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