Nem que fosse aos gritos, Ferreira Leite iria “com certeza” negociar com a troika, pois “o desenho” do programa de resgate “está errado e não tem levado ao menor dos ajustamentos”. “Não há crescimento possível com esta carga fiscal”, argumentou a ex-presidente do PSD.
Manuela Ferreira Leite, antiga presidente do PSD, voltou a criticar o modo como Passos Coelho, primeiro-ministro e atual líder ‘laranja’, tem aplicado o programa da troika. Ferreira Leite defendeu que “há com certeza margem de negociação” com a troika, nem que para tal seja preciso aumentar o tom de voz: “às vezes perguntam-me o que é que eu faria se lá estivesse. No mínimo, gritava, para alguém ouvir. Não ficava calada de certeza absoluta”.
O silêncio não se justifica quando “o presente não tem mesmo futuro nenhum”. Ontem, num jantar-debate em Lisboa com o tema ‘Portugal: o presente tem futuro?’, foi assim que a ex-ministra das Finanças respondeu à questão: “Eu diria que o presente não tem mesmo futuro nenhum. Ou se altera a atual política económica que tem estado a ser seguida, ou o presente não tem futuro”.
Em causa está o “desenho” do memorando de entendimento, cujo “ritmo” tem sido tão excessivo que a consolidação das contas públicas continua por fazer. “É um desenho está errado e que não tem levado ao menor dos ajustamentos”, explicou.
