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“O maior incêndio da história da Carachi”, no Paquistão, causa 289 vítimas mortais

paquistao incendio“O maior incêndio da história da Carachi”, no Paquistão, provocou até ao momento 289 vítimas mortais, numa altura em que as equipas de socorro investigam a cidade à procura de sobreviventes. O fogo ocorreu numa fábrica de têxteis sem saídas de emergência.

Uma fábrica de têxteis em Carachi, no sul do Paquistão, tornou-se num cenário dantesco com a deflagração de um incêndio, ontem à noite, que já provocou 289 vítimas mortais. “Até agora recuperámos 110 corpos e continuamos à procura de outras vítimas”, adiantou Ehtesham Salim, comandante dos bombeiros, citado pela AFP. Iqbal Mahmood, chefe da polícia de Carachi, admitiu à Reuters que o número de mortos pode ser superior, tanto mais que as equipas de socorro ainda não conseguiram investigar a totalidade das instalações.

As origens do incêndio ainda não foram apuradas, mas este fogo já está confirmado como o maior a ocorrer na cidade com 17 milhões de habitantes. “Foi o maior incêndio da história da Carachi”, revelou uma fonte do Ministério da Saúde da província de Sindh, não identificada pela AFP: “não sabemos o quanto pode aumentar o número de vítimas mortais.

Mais de 60 pessoas ficaram feridas, ao tentar sair do edifício saltando das janelas. “Subitamente, todo o piso foi invadido pelas chamas e por fumo. O calor era tão intenso que corremos para as janelas, partimos os vidros, quebrámos as barras de ferro e saltámos”, testemunhou Mohammed Saleem, um funcionário de 32 anos que saltou do segundo andar, partindo uma perna.

Na morgue do hospital de Carachi foram depositados cerca de 30 corpos desfigurados pelas chamas, mas “não param de chegar” cadáveres, como referiu um condutor de ambulâncias. “Já não há mais espaço, está tudo cheio”, acrescentou.

O incêndio foi combatido com a ajuda de 40 viaturas dos bombeiros e, no momento, as equipas de socorro tentam chegar à cave e ao quarto andar do edifício, a fim de resgatar cerca de 20 pessoas presas nesses espaços.

A fábrica, que empregava um total de 450 funcionários, tinha sido mal construída, como afiançou ao The Guardian um polícia, Amjad Farooqi: “quando o edifício foi desenhado não foram levadas em conta medidas de segurança. Não havia saídas de emergência e os trabalhadores ficaram presos”.

“Os donos da fábrica estavam mais preocupados em salvar os materiais do que os trabalhadores”, criticou Mohammad Pervez, um funcionário citado pela Reuters: “se as janelas não tivessem barras de ferro, muitas pessoas poderiam ter escapado. A fábrica estava cheia de peças de roupa e de tecidos, mas quem se queixava era despedido”. Os proprietários estão a ser procurados pelas autoridades, para apuramento de responsabilidades.

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