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“O Estado salva instituições bancárias, mas não consegue salvar a Matilde. Que pulhice”

Pedro Chagas Freitas foi uma das personalidades a divulgar o movimento solidário para salvar a Matilde Sande, uma bebé com uma doença rara, e não poupou nas críticas aos responsáveis políticos pela incapacidade do Serviço Nacional de Saúde.

Através do Facebook, o escritor associou-se ao movimento ‘Matilde, uma bebé especial‘ com um texto que tem gerado as mais diversas reações.

“O Estado salva instituições bancárias, salva — e ajuda a construir — fortunas inacabáveis, salva impérios eternos. Mas não consegue salvar a Matilde. Porque não há dinheiro, dizem”, comentou.

Nascida em abril, Matilde foi diagnosticada, às 6 semanas de vida, com atrofia muscular espinhal do tipo um, “a forma mais grave e fatal desta doença rara”, de acordo com a informação avançada pelo movimento.

A doença é rara e o único medicamento para a tratar só está autorizado para comercialização nos EUA. Custa quase dois milhões de euros.

Leu bem: custa quase dois milhões de euros. Mas como a Matilde não é um  banco, ironizou o escritor, não tem ‘direito’ a ser salva.

“Que pulhice. Os milhões aparecem de todo o lado quando um gestor de um banco tosse. Mas para a Matilde não há dinheiro”.

Pedro Chagas Freitas não perdoa “a quem permite que algo assim aconteça”.

“Ladrões, salafrários, cabrões”. E seriam ainda mais nomes, mas “também não serão essas palavras a salvar a Matilde”.

Resta o movimento solidário, que abriu uma conta para donativos que ajudem esta família desesperada, com o IBAN PT50 0035 0685 00008068 130 56 (Caixa Geral de Depósitos).

“A Matilde passa por aquilo por que ninguém, muito menos um bebé, deveria passar. A Matilde sofre com aquilo que não deveria existir. A Matilde precisa de um tratamento de quase dois milhões de euros e eu, como contribuinte, pago para a Matilde, custe o que custar, ter esse tratamento. Já. Imediatamente. Mas não é para isso que o meu dinheiro serve”, lamentou.

O escritor garantiu que já fez o donativo e deixou uma última mensagem: “Façam o mesmo. E abram os olhos, e façam barulho. Façam-se ouvir. É assim, sempre, por mais que demore, por mais que pareça que não, por mais que o sistema nos queira convencer de que não, que se faz a diferença”.

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