A Assembleia da República discute a moção de censura do PS contra o Governo de maioria PSD e CDS-PP, nesta quarta-feira. António José Seguro marca uma posição de rutura, exigindo a queda do executivo. E se é certo que a moção está destinada ao chumbo, a verdade é que redefine posições no Parlamento, que simbolicamente que divide entre direita e esquerda, o que há muito não se via.
Hoje é dia de moção de censura do PS ao Governo de Passos Coelho. E se a votação se adivinha, com a esquerda unida a ser insuficiente para responder à maioria de direita, algumas notas políticas de interesse poderão ser retiradas.
Desde logo o simbólico ato de união da esquerda. O PS aproxima-se mais da sua ideologia, demarcando-se das políticas de direita de um Governo acusado por António José Seguro de ir além do memorando.
Mas o eixo desta moção (a quarta que este primeiro-ministro enfrenta) é o desejo do PS de provocar a queda do Governo e de provocar eleições antecipadas. Acaba-se qualquer hipótese de proximidade entre os partidos que poderiam evitar um cenário de crise política – nunca o país esteve tão perto de a enfrentar.