A embarcação de pesca que naufragou hoje à saída da barra da Armona, no Algarve, vai continuar afundada. A operação de recuperação do navio foi suspensa esta tarde. Do acidente resultou a morte de um pescador e outro encontra-se internado.
O naufrágio de uma embarcação de pesca à saída da barra da Armona, no Algarve, provocou um morto e um ferido, que se encontra internado no hospital.
O navio acidentado continua no leito do mar, pois as autoridades tiveram de interromper a operação de remoção do navio, por volta das 15h00.
Os trabalhos, coordenados pela Polícia Marítima e que contam com o apoio de uma empresa privada, começaram ainda durante a manhã, mas o estado do mar obrigou à interrupção durante a tarde.
Apesar da embarcação ter afundado à saída da barra, encontra-se “numa posição que não põe em perigo a navegação naquela zona”, segundo o comandante da Capitania do Porto de Olhão, Nunes Ferreira, citado pelo Jornal de Notícias.
A mesma fonte acrescentou que o navio, com sete metros de comprimento e dedicado à faina, naufragou ao sair da barra da Armona pelas 6h40, com dois tripulantes a bordo.
Duas embarcações de pesca acorreram ao socorro, mas não chegaram a tempo de recolher com vida um dos pescadores.
“O INEM ainda tentou a reanimação, mas já não conseguiu salvar um dos tripulantes”, salientou Nunes Ferreira.
A vítima mortal era o mestre da embarcação. Tinha uma idade a rondar os 50 anos e, tal como o outro tripulante, era da zona de Olhão e dedicavam-se à pesca de bivalves através de uma pesca de arrasto típica da região, a ‘ganchorra’.
O pescador ferido foi transportado para o hospital, onde se encontra internado “livre de perigo”.
Lembrando que havia “um alerta de mau tempo”, o comandante da capitania disse acreditar que o naufrágio se deveu a “um golpe de mar”.
“O vento está a soprar de sudeste e a maré a vazar, com ondulação entre dois a três metros. Creio que um golpe de mar terá virado a embarcação”, afirmou Nunes Ferreira, pormenorizando que “ambos os tripulantes tinham colete envergado” e cumpriam todas “as regras de segurança impostas”.
Numa outra barra, a da Póvoa de Varzim, a ministra do Mar lamentou o acidente e deixou um alerta às comunidades piscatórias: “Isto leva-nos a alertar os pescadores que, quando há situações de mar difícil e de algum risco, refreiem a coragem e fiquem em terra”.
“Não vale a pena arriscar e ter uma situação destas”, insistiu Assunção Cristas, deixando também uma mensagem para a família da vítima mortal: “É sempre uma dor profunda quando temos estas notícias de pescadores que, às vezes com coragem, outras vezes temerários, arriscam para ir ao mar”.