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“Não tem de haver culpados” no caso do fogo que matou cães na Agrela, diz o Governo

Patrícia Gaspar, secretária de Estado da Administração Interna, afirmou que “não tem de haver culpados” no caso do incêndio na serra da Agrela, em Santo Tirso, que provocou a morte a mais de 71 animais de dois abrigos ilegais, em julho de 2020.

Em audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, a governante recordou os resultados do inquérito feito pela Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) às atuações da GNR e da Proteção Civil no incidente, reiterando que a tutela não considera “haver algum tipo de responsabilidade que tenha de ser assumida ou que esteja por assumir”.

“Não tem de haver culpados. Perdoem-me. Não tem de haver culpados”, afirmou Patrícia Gaspar, lembrando as passagens do relatório apontar para “a atuação profissional, permanentemente atenta e, em muitos momentos até, abnegada, dos responsáveis das forças de segurança”.

“Há tudo aquilo que aconteceu a montante e que tem a ver com as condições em que os abrigos funcionavam e com os processos que já tinham sido levantados e a atuação da autarquia e autoridades veterinárias. E depois temos o que foi a operação em concreto, de enorme complexidade”, frisou.

A secretária de Estado lembrou que, durante o incêndio na serra da Agrela, dezenas de populares “tentaram entrar” num dos canis ilegais, o que gerou “uma situação caótica” no terreno, complicando a atuação da GNR.

A esse propósito, Patrícia Gaspar lembrou um incêndico em 2018, na serra de Monchique, em que “todas as entidades envolvidas protegeram e evacuaram os linces” do local.

Na audição, a governante rejeitou qualquer tentativa de “branqueamento ou de limpeza do nome das instituições que atuam sobre a esfera do Ministério da Administração Interna”, salientando que o seu resultado, “mesmo não agradando a todos, tem de ser respeitado”.

A 18 de julho de 2020, um incêndio na serra da Agrela, em Santo Tirso, provocou a morte de mais de 71 animais. No dia, vários populares acorreram a dois canis ilegais na zona, acusando a GNR de impedir o salvamento dos cães.

“Vi animais a sucumbir porque o auxílio não lhes foi prestado. Não aceito que se tente branquear esta questão”, disse na audição de hoje Bebiana Cunha, deputada do PAN que esteve na serra da Agrela no dia do incêndio.

O caso levou à demissão do diretor-geral de Alimentação e Veterinária, Fernando Bernardo, horas depois do primeiro-ministro ter declarado que a entidade “não tem revelado capacidade ou competência”.

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