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“Não sei muito bem o que Cavaco quis dizer”, confessa António Capucho

Figura histórica do PSD, António Capucho admitiu ter alguma dificuldade em compreender o ‘recado’ que Aníbal Cavaco Silva, antigo presidente social-democrata, deixou ao partido.

Cavaco, antigo Presidente da República e ex-primeiro-ministro, aconselhou o PSD a não falar de outros partidos, numa referência velada ao Chega, depois da coligação nos Açores ter feito acirrar as críticas internas à liderança de Rui Rio.

“Não sei muito bem o que ele quis dizer com isso”, confessou António Capucho, antigo ministro, eurodeputado e deputado.

“O PSD, se foi isso que quis dizer, deve concentrar a sua oposição a quem está no Governo, ao PS. Numa coisa estou de acordo: deve reforçar essa oposição, ser mais acutilante, ter um marketing mais eficaz, ter uma presença na comunicação social mais intensa através de conferências de imprensa, por exemplo”, acrescentou.

Cavaco Silva deixou também um alerta sobre uma democracia “amordaçada”, termo que Capucho considerou “excessivo”.

“Agora, os sinais que ele aponta são verdadeiros. O PS, para além do nepotismo, tem de facto vários exemplos – desde o procurador [europeu] – que são muito preocupantes de tentativa de ‘mexicanização’ do xadrez partidário no nosso país: a hegemonização do PS através da ocupação de todos os lugares de responsabilidade, que têm direta ou indiretamente a ver com o Governo, por pessoas da sua inteira e íntima confiança”, complementou o ex-dirigente do PSD, em entrevista à Renascença.

Capucho defendeu que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (antigo presidente do PSD), tem de estar atento, “o mais possível”, a esta “mexicanização” do poder por parte do PS. Porém, o chefe de Estado está condicionado “porque sabe que, neste momento, não há alternativa à vista ao PS à direita”.

“O somatório dos partidos à direita, sem o Chega, não tem uma expressão suficiente para constituir uma alternativa”, finalizou António Capucho.

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