Economia

“Não podemos é aceitar e conformarmo-nos que impacto da pandemia se torne irreversível”

O primeiro-ministro afirmou hoje que o dever do Governo é enfrentar a pandemia de covid-19, mas também “tranquilizar empresas e famílias” de que em junho “haverá um novo futuro” após “pesadas consequências na economia” nos próximos três meses.

“Seria irrealista neste momento estar a apresentar um programa de relançamento da economia, trata-se de nos concentrarmos em salvar vidas, e, no lado da economia, salvar vidas, empregos, rendimentos e empresas”, afirmou António Costa, no final de uma reunião do Conselho de Ministros que decorreu durante todo o dia no Palácio da Ajuda, em Lisboa.

O governante deixou o aviso: “Ninguém tenha ilusões de que seja possível ter um encerramento de tão vasto número de atividades empresariais, de termos uma atitude de recolhimento generalizado sem que haja pesadas consequências na economia”.

“Estamos a viver num período absolutamente extraordinário”, argumentou: “Nos primeiros dois meses, tivemos um crescimento muito significativo, as receitas da Segurança Social estavam a crescer oito por cento. A crise que estamos a viver não tem a ver com a nossa economia, tem uma causa extraordinária e bem conhecida, um vírus que tem devastado as economias. Não podemos é aceitar e conformarmo-nos que esse impacto se torne irreversível”.

Realçando que a curva da pandemia estende-se, nesta primeira onda, até ao final de maio, o primeiro-ministro admitiu que há mais “pontos de interrogação” do que respostas, embora tenha uma certeza: “Temos de conseguir até junho”.

“É essencial que as empresas possam ter condições de em junho aqui estarmos, é fundamental que quem está empregado não veja os empregos destruídos. Para que isso aconteça, é fundamental que as empresas tenham liquidez e as famílias tenham rendimentos”, insistiu.

“Não podemos dizer às pessoas ‘fiquem em casa’, dizer a muitas empresas ‘encerrem a atividade’ sem que isso não tenha impacto económico. Ou apoiamos na liquidez ou daqui a 15 dias não temos nem loja, nem postos de trabalho. Este estado de emergência foi decretado para 15 dias, mas ninguém sabe se daqui a 15 dias não o estamos a renovar. Com grande probabilidade, as razões não terão desaparecido. Vamos ter três meses muito duros pela frente”, antecipou ainda o governante.

“Este esforço é específico para três meses. É uma luta pela sobrevivência e por um país que cria emprego”, finalizou António Costa.

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