Na Coreia do Norte, um penteado pode ter mais peso político do que um ministro. Kim Jong-un mudou o corte de cabelo e preocupou os analistas: o ‘líder supremo’ mostra-se mais agressivo e maduro, numa demonstração de autoridade.

Quando uma celebridade de Hollywood muda o penteado, as revistas cor de rosa analisam as causas e efeitos; quando é o ‘líder supremo’ da Coreia do Norte, os analistas políticos saltam de contentamento.

Sim, Kim Jong-un mudou de penteado. O corte aproveita parte do estilo anterior, mas projeta mais volume na parte de cima da cabeça, até por contraste com os lados, onde o cabelo foi rapado.

Como se trata do chefe de Estado de um país que está a desenvolver a energia nuclear (e, consequentemente, a tentar obter uma bomba nuclear), a mudança de penteado é uma questão política.

Os analistas sul-coreanos e norte-americanos não perderam tempo a interpretar este fenómeno político. O novo corte de cabelo, exibido na reunião de ontem do Comité Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, mostra um Kim Jong-un mais assertivo e maduro.

Como o ‘supremo líder’ é o espelho do país, o regime norte-coreano vai assumir uma postura mais autoritária e agressiva, no entender dos politólogos.

O novo penteado é também um sinal de emancipação, mostrando que Jong-un tem amadurecido após ter ‘herdado’ o país com a morte do pai, o ‘querido líder’ Kim Jong-il.

Falta ainda uma análise: a económica. Afinal, na Coreia do Norte vigora a lei de ‘um país, um líder, um corte de cabelo’.

Em março do ano passado, o regime impôs a lei do penteado único para os homens. Ao invés da lista de dez cortes que vigorava até então, todos os norte-coreanos tinham de cortar o cabelo como o ‘líder supremo’.

Num país onde a fome é generalizada, o novo penteado de Kim Jong-un é uma aposta clara no relançamento económicos dos cabeleireiros e das barbearias.