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Mulheres vítimas de agressão física em Cabo Verde diminuem entre 2005 e 2018

A proporção das mulheres vítimas de violência física em Cabo Verde diminuiu 10 pontos percentuais entre 2005 e 2018, passando de 21 por cento para 11 por cento, segundo dados apresentados hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) cabo-verdiano.

Os dados constam do módulo sobre violência doméstica do III Inquérito Demográfico de Saúde Reprodutiva (IDSR -III), apresentados pelo INE, em parceria com o Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG).

“Se em 2005 dizíamos que tínhamos duas em cada 10 mulheres que eram vítimas da violência doméstica, desta vez temos uma em cada 10 mulheres vítimas de violência física”, explicou Orlando Monteiro, técnico do INE e coordenador do estudo, citado pela Inforpress.

O estudo apontou ainda para uma maior prevalência de vítimas de violência baseado no género (VBG) entre as mulheres divorciadas/separadas ou viúvas (32,9 por cento) e mulheres que têm um emprego remunerado e as com nível de ensino básico (18,7 por cento).

Quanto ao perfil do agressor, o inquérito mostrou que se trata de ex-marido/parceiro (29,2 por cento), seguido do atual marido/parceiro (21,2 por cento) e namorado atual (15,7 por cento).

O mesmo inquérito introduziu um item sobre os homens vítimas de violência por parte das mulheres, mas o coordenador explicou que os homens não participaram, tendo as questões sido direcionadas às mulheres.

E 9 por cento das mulheres responderam que em algum momento da suas vidas viram a mãe agredir o pai, e, para 6,2 por cento, isso aconteceu nos últimos meses antes do inquérito, realizado em março do ano passado.

Para estes inquérito, o INE entrevistou 2.355 mulheres dos 15 aos 49 anos selecionadas aleatoriamente.

Para a presidente do ICIEG, Rosana Almeida, são dados encorajadores e vão permitir à instituição ter o 5º Plano Nacional de Igualdade de Género (PNIG 5), “muito mais robusto e muito mais consistente”.

“A partir destes dados estaremos em condições de termos um plano consistente e traçar medidas de políticas que se impõem porque só impactamos quando conhecemos a realidade e as realidades conhecem-se a partir da produção de dados”, sublinhou.

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