Uma paquistanesa imolou-se, pelo fogo, ao saber que três dos homens que a tentaram violar foram libertados pelas autoridades. De acordo com uma fonte policial, a mulher apresentou-se em frente a uma esquadra, em Muzaffargarh, e ateou fogo à própria roupa.

Uma paquistanesa que, alegadamente, fora vítima de uma tentativa de violação, em janeiro, imolou-se pelo fogo ao saber que três dos homens que terão tentado o ato foram libertados pelas autoridades.

O caso ocorreu em Muzaffargarh, no leste do Paquistão. A mulher, com 17 anos de idade, apresentou-se em frente a uma esquadra do bairro Bet Mir Hazar, após saber que três dos cinco suspeito saíram em liberdade sob fiança, e ateou fogo à própria roupa.

“Saíram em liberdade porque se tratou de uma tentativa de violação, não de uma agressão consumada”, salientou Fazal Husein, um agente da esquadra, citado pela agência Efe.

A jovem não resistiu aos ferimentos, perdendo a vida, hoje, numa hospital da vizinha cidade de Multan, com queimaduras em 80 por cento do corpo.

De acordo com a imprensa, a mulher tinha procurado apoio junto de Mukhtar Mai, a ativista que se tornou num símbolo da luta pelos direitos das mulheres quando processou, em 2002, o grupo de homens que a tinha violado.

Mukhtar Mai, cuja violação fora um ‘pagamento’ por um crime de honra cometido pelo irmão, terá acompanhado a jovem à esquadra, embora desconhecendo a intenção da imolação.

As estatísticas revelam que no Paquistão são denunciados cerca de mil casos de violação por ano, mas os números reais serão muito maiores, segundo as várias organizações de defesa dos direitos das mulheres.