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Mordomo do Papa é acusado de “roubo qualificado” e arrisca pena de seis anos de prisão

paolo gabrielePaolo Gabriele, o mordomo do Papa suspeito de ter levado a cabo a maior fuga de informação da história da Santa Sé, foi hoje formalmente acusado de “roubo qualificado”, revelou um comunicado divulgado pelo Tribunal do Estado do Vaticano, que adiantou ainda a existência, pelo menos, de mais uma pessoa envolvida no processo.

De acordo com as conclusões do inquérito preliminar hoje divulgado pelo tribunal, Paolo Gabriele, que arrisca uma pena até seis anos de prisão, não terá atuado sozinho. Em declarações à imprensa, o porta voz da Santa Sé, Frederico Lombardi, adiantou existir um novo elemento envolvido. Trata-se de Claudio Sciarpelletti, um especialista informático, de 48 anos e funcionário na Secretaria de Estado do Vaticano.

Sciarpelletti é acusado de “ter colaborado e favorecido o roubo agravado e a violação de sigilo”, afirmou Lombardi, embora o “papel marginal” que desempenhou não possa ser considerado um verdadeiro ato de cumplicidade.

O julgamento, que não se iniciará antes de outubro, poderá envolver ainda novos elementos até agora desconhecidos. É a própria Santa Sé que admite existirem suspeitas sobre diversas outras pessoas implicadas no processo já conhecido por Vatileaks.

“Nós não acreditamos que o nosso trabalho esteja concluído. A justiça prossegue o seu trabalho e o inquérito permanece aberto em relação a outras pessoas que parecem implicadas”, afirmou Lombardi.

Foi no final de maio que Paolo Gabrieli foi detido por ter, alegadamente, roubado vários documentos oficiais do seu superior hierárquico, de os ter copiado e entregue a jornalistas. Das várias análises psiquiátricas feitas ao seu estado mental, os especialistas destacaram a “trágica contradição” entre “a intenção de fazer o bem” e a “gravidade dos atos cometidos”, bem como “um desconforto psicológico grave, caraterizado por ansiedade, frustração, raiva e tensão.”

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