Nunca o ditado “vão-se os anéis, ficam os dedos” parece ter feito tanto sentido: comparando com o primeiro semestre de 2007, ainda antes da crise, o volume de exportação deste metal precioso cresceu 132 vezes.

Os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) não enganam: os portugueses estão a vender o ouro que têm e, à falta de liquidez no país, este metal precioso vai para outras paragens. Comparando o primeiro semestre deste ano com igual período de 2007, antes da crise se instalar, Portugal vendeu 132 vezes mais ouro para o estrangeiro.

Foi o próprio INE a fazer as contas, baseando-se nos 382 milhões de euros em ouro vendidos nos primeiros seis meses deste ano, contra os apenas 2,9 milhões ‘exportados’ no primeiro semestre de 2007. Convém referir, ainda assim, que o valor do metal em si também evoluiu bastante, com o ouro não-monetário (excluindo as reservas detidas pelo Banco de Portugal) subiu dos 632 dólares por onça registados no final de 2006 para os 1900 dólares, isto ainda em agosto do ano passado.

Quanto ao destino do ouro que era nosso, agora passou a pertencer a dois países também muito afetados pela crise, a Itália (96 milhões) e a Espanha (60,4). Porém, nste capítulo quem mais se destaca é a Bélgica, que nos comprou 207,7 milhões de euros em ouro.