Moçambique passa a contar com seguro para proteger atividades agrícolas
As atividades agrícolas em Moçambique passaram a contar com um novo seguro de proteção que cobre igualmente as pequenas colheitas, disse hoje à Lusa a diretora de estudos e estatísticas do Instituto de Supervisão de Seguros moçambicano, Francelina Sitoe.
“É um seguro pioneiro em Moçambique”, disse aquela dirigente.
A iniciativa surge depois de um projeto piloto de seguros para a agricultura, em 2013, em que o Banco Mundial financiou o pagamento dos prémios, devido ao custo elevado, explicou Sitoe à Lusa.
Na altura, a instituição financiou duas seguradoras: a Hollard Seguros e a Empresa Moçambicana de Seguros (Emose) e ambas seguraram a produção do algodão na zona norte do país, em parceria com o Instituto de Algodão de Moçambique.
Agora, no caso do novo seguro agrário, haverá um produto tradicional com prémios anuais a partir de 500 mil meticais (7.000 euros) e haverá microsseguros, com prémios reduzidos que começam em 150 meticais (dois euros) para proteger 10 quilos de sementes de milho.
Os preços poderão ser ainda mais baixos, caso o tomador consiga ter acesso a subsídios para prémios de seguro.
O diretor da divisão do seguro agrícola da Hollard Seguros, Israel Muchena, defendeu que o seguro pode abrir caminho para o financiamento da agricultura pela banca.
“O seguro agrícola é uma chave para dar acesso ao financiamento e poderá ajudar a criar melhores condições para o agricultor”, referiu.
O segurador vai garantir ao financiador que o agricultor tem formação e tem sementes com certa resistência à seca para fazer face às alterações climáticas, por exemplo, explicou a fonte.
Países como o Quénia, Etiópia, Zâmbia, já conseguiram lançar seguros agrícolas, mas tiveram apoio dos governos, assim como de parceiros internacionais, como o Banco Mundial, acrescentou.
“Creio que é possível em Moçambique. É muito mais interessante porque em Moçambique 90 por cento da população vive com base da agricultura”, concluiu.