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Moçambique/Dívidas Ocultas: Títulos de dívida foram os que mais perderam desde janeiro

Os títulos de dívida soberana de Moçambique emitidos na sequência da reestruturação da dívida corporativa da Ematum perderam 6,9 por cento do valor desde janeiro, contrastando com a média de 3,3 por cento ganha pelos títulos dos mercados emergentes.

De acordo com a agência financeira Bloomberg, os títulos de dívida soberana de Moçambique MOZAM2023, emitidos em 2016 e que entraram em incumprimento financeiro em 2017, perderam 6,9 por cento do valor desde janeiro, colocando este ‘papel’ no último lugar da lista de 70 países contemplados no Índice Bloomberg Barclays dos Títulos de Dívida dos Mercados Emergentes.

Depois de ter terminado o ano passado como um dos principais recuperadores de terreno no que diz respeito à valorização, motivada pela perspetiva de um acordo com os credores, anunciado em 05 de novembro, este ano o percurso está a ser o inverso.

O preço dos títulos desceu para 85 cêntimos de dólar, quando no princípio do ano estava nos 93 cêntimos, nota a Bloomberg, acrescentando que os sucessivos episódios da saga da dívida oculta estão a acabar com o interesse dos investidores nestes títulos.

No final de dezembro, a África do Sul deu seguimento a um pedido de detenção do antigo ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang e, poucos dias depois, já no início de janeiro, foi a vez de as autoridades londrinas deterem três antigos banqueiros do Credit Suisse – Andrew Pearse, Surjan Singh e Detelina Subeva.

Na mesma altura, um dos principais líderes da Privinvest, Jean Boustani era detido pela Justiça norte-americana, todos acusados de terem usado pelo menos 200 milhões de dólares dos empréstimos à Ematum, MAM e ProIndicus em subornos e pagamentos indevidos.

Já em fevereiro, a Procuradoria-Geral da República de Moçambique anunciou um processo contra vários antigos dirigentes de empresas públicas e pessoas ligadas ao antigo Presidente Armando Guebuza, como a secretária e o filho. Ao todo, foram detidas 11 pessoas, oito das quais ficaram em prisão preventiva.

Já esta semana, a PGR, em nome do Estado de Moçambique, coloca uma ação num tribunal britânico contra o Credit Suisse, entre outros, na qual defende que o empréstimo de 622 milhões de dólares à ProIndicus deve ser considerado ilegal e, portanto, não sujeito a pagamento.

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