Economia

Missão do FMI em Portugal fica órfã de Poul Thomsen

poul_thomsenA missão do FMI em Portugal vai deixar de ser liderada por Poul Thomsen. O dinamarquês vai arrumar as malas depois de ter sido ‘promovido’ para acompanhar a Grécia, onde a aplicação do (segundo) resgate financeiro lhe vai exigir muito mais trabalho. Thomsen fará o acompanhamento da situação portuguesa, a partir de agora, apenas por gabinete.

O dinamarquês Poul Thomsen tem sido o rosto em Portugal do Fundo Monetário Internacional (FMI), umas das três entidades que, conjuntamente com a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, constitui a ‘troika’ que assinou o Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF). O rosto deste técnico nórdico ganhou visibilidade em Portugal quando o FMI propôs a descida da Taxa Social Única, sugestão que o Governo de Pedro Passos Coelho recusou.

Thomsen tem estado regularmente em Portugal, para acompanhar de perto a forma como o Governo está a aplicar o dinheiro pela ‘troika’ e enviar as avaliações para o FMI. A última visita terminou ontem, tendo sido dedicada à terceira avaliação do desenrolar do PAEF. Só que o FMI adiantou que o economista está destacado para acompanhar com maior detalhe o PAEF na Grécia, cuja calamidade nas contas públicas obrigou a ‘troika’ um conceder um segundo empréstimo.

Foi uma “transição muito planeada”, esclareceu o FMI, sem detalhar os motivos para o envio do dinamarquês rumo à Grécia. O gabinete de imprensa esclareceu apenas que Thomsen “continuará a ter responsabilidades de supervisão” sobre o PAEF português, mas à distância: o foco estará na Grécia, país que já necessitou dum segundo resgate financeiro.

As funções de Paul Thomsen vão passar a ser desempenhadas por um economista etíope. Abebe Aemro Selassie, diretor assistente do departamento africano do FMI, já esteve presente nas últimas reuniões efetuadas em Portugal, de forma a aprofundar o conhecimento quanto aos resultados da terceira avaliação do PAEF, a qual irá decorrer ainda durante a próxima semana.

O etíope tem sido destacado para supervisionar, em especial, os programas do FMI nos países da África subsariana, mas a Europa não lhe é desconhecida. Selassie já desempenhou funções na Polónia, Roménia e Turquia.

Com a saída do dinamarquês, a equipa que acompanha o empréstimo a Portugal será chefiada por Hossein Samiei, também do departamento europeu do FMI. Contudo, a quarta avaliação será já conduzida por Selassie.

Em destaque

Subir