Milhares de jovens alemães faltaram de novo à escola hoje para se manifestarem em defesa do clima, durante uma grande jornada de mobilização mundial em vésperas de eleições europeias.
Em Berlim, cerca de 5.000 estudantes reuniram-se ao meio-dia em frente às emblemáticas Portas de Brandeburgo.
Protestos significativos decorreram também nas principais cidades alemãs, nomeadamente Hamburgo (17.500 manifestantes, segundo a polícia) e Frankfurt (4.500 pessoas) para marchar rumo ao Banco Central Europeu.
“O clima agora, os deveres mais tarde”, “Não a façam explodir, os bons planetas são difíceis de encontrar”, podia ler-se nos cartazes empunhados pelos jovens em Berlim.
Um pouco por todo o lado estava o tradicional ‘slogan’ “Não há planeta B”.
“As alterações climáticas não têm fronteiras, qualquer dia será irreversível”, disse à Agência France Presse um manifestante, Aaron Langguth, 21 anos, estudante de comunicação em Berlim.
Numa coluna no jornal alemão Sudeutsche Zeitung, a jovem inspiradora do movimento “Fridays for Future” (sextas-feiras pelo futuro), Greta Thunberg e a sua colega alemã Luísa Neubauer lançaram um fervoroso apelo para uma mobilização o mais abrangente possível na Europa e no mundo.
“É tempo de todos resistirmos à escala global”, escreveram.
O protesto dos jovens, o segundo deste ano, serve para alertar os governos para a necessidade de tomarem medidas concretas para se limitarem a emissão de gases com efeito de estufa, que, segundo os cientistas de todo o mundo, estão a provocar alterações drásticas, graves e rápidas no clima da Terra.
Depois de uma greve idêntica a 15 de março passado, a de hoje tem o apoio dos adultos, professores e organizações ambientalistas.
Estão previstas ações dos jovens em mais de 1.600 cidades de 119 países e em Portugal devem realizar-se manifestações em pelo menos 48 locais, por todo o país.