Redução do preço dos medicamentos coloca farmácias em risco, avisa João Cordeiro, presidente demissionário da Associação Nacional das Farmácias. A medida do Governo pode levar à extinção de 1800, num universo de 2700.

As reduções das margens de lucro na venda de fármacos podem levar à falência de metade das farmácias portuguesas, que não conseguem suportar a medida do Ministério da Saúde.

Das 2700 farmácias portuguesas, 1800 correm risco de sobrevivência, alerta o presidente da ANF, João Cordeiro, que apresentou a demissão na passada sexta-feira, por considerar que foi marginalizado na discussão que levou à mudança dos preços dos medicamentos.

Também a distribuição de medicamentos está em risco, segundo a Associação das Farmácias de Portugal (AFP). Um comunicado desta entidade alerta para o perigo de não haver meios financeiros para que se proceda a essa distribuição.

O Ministério da Saúde pode, com as alterações criadas, “pôr em causa a dispensa dos medicamentos aos utentes do Serviço Nacional de Saúde”, avisa a AFP, que lamenta a demissão de João Cordeiro, criticando-o.

“Os problemas das farmácias devem-se, em grande parte, à forma irresponsável como João Cordeiro geriu os interesses do setor”, refere a nota.