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Merkel alerta que ‘torneira’ da Alemanha pode fechar

angela_merkelUma mensagem para os países endividados – o poder da Alemanha “não é infinito” – e uma acusação aos governos de Espanha dos últimos 10 anos. No parlamento alemão, Angela Merkel fez um aviso aos parceiros da União Europeia, em vésperas da cimeira do G20, e voltou a contestar as eurobonds. A chanceler mantém-se intransigente às pressões da França e lembra que a Alemanha é “a âncora da Europa”.

Nada de novo sobre as eurobonds, mas uma frase forte em tom de ameaça, proferida por Merkel, no Bundestag, em vésperas da cimeira do G20 que decorre no México, a 18 e 19 de junho. “A capacidade da Alemanha não é infinita”, disse a chanceler alemã, que recusa que o seu país seja o motor de uma Europa incapaz de se erguer.

“A Alemanha é um país forte e o motor económico e a âncora da Europa, tendo em vista a sua estabilidade. E a Alemanha está a colocar esta força ao serviço do bem-estar das pessoas, quer internamente, quer na União Europeia, quer na economia global. Mas a força da Alemanha não é infinita”, referiu, no parlamento alemão.

As dívidas soberanas serão tema central e “vão dominar as discussões” daquele encontro em Los Cabos, segundo Merkel, que coloca a Alemanha “no centro das atenções”.

“Todas as atenções estarão centradas na Alemanha, a maior economia da Europa, porque somos um grande exportador”, revela a chanceler, dias antes de decorrerem eleições legislativas na Grécia e dias depois de um plano de injeção de capital na banca de Espanha, na ordem dos 100 mil milhões de euros.

Segundo Merkel, Espanha enfrenta este cenário em virtude de uma “década irresponsável”, situação que o executivo de Mariano Rajoy, recentemente eleito, tenta inverter, o que a chanceler reconhece.

E Merkel reconhece também que a União Europeia vive um momento chave, sendo que a Alemanha não vai alterar o seu rumo, não obstante a mudança política que se verificou em França, com a derrota de Sarkozy. O seu sucessor no Eliseu, François Hollande, definiu outro rumo para a Europa, mas Merkel não muda qualquer ‘cláusula’ no seu projeto europeu, sobretudo na mutualização das dívidas através de eurobonds.

“O que se apresenta como solução mais simples seue contra tratados estabelecidos e é contraproducente. Crescimento e consolidação orçamental são fundamentais. Esta crise só será superada na raiz dos problemas: o endividamento e a falta de competitividade e de confiança na Europa”, avisa.

No entanto, outras economias mundiais têm um papel a cumprir, para permitir a recuperação económica . Desde logo, essas economias devem deixar de “financiar crescimento com dívidas”.

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