O fim das admissões de enfermeiros por parte do Estado, que tem contratado serviços privados, obrigou os salários a descerem para 3,96 euros à hora. Ao final do mês, um enfermeiro que cumpra sete horas por dia receberá menos de 300 euros.
A vida dos utentes dos centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo poderá, a partir de hoje, estar nas mãos de enfermeiros a ganhar abaixo do salário mínimo nacional. O Sindicatos dos Enfermeiros denuncia que as próximas admissões, oriundas de empresas de prestação de serviço, trarão uma vaga de especialistas a receber 3,96 euros à hora, contra os seis euros anteriormente pagos. Feitas as contas, o sindicato alega que, efetuados os descontos obrigatórios, o ordenado será inferior a 300 euros, bem longe do salário mínimo nacional.
A descida no valor do trabalho foi admitida pela MedicSearch, uma das empresas que ganhou alguns concursos lançados pela Administração de Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo. Citado pelo DN, o administrador João Vilaça sublinhou que “os preços desceram 45 por cento em relação ao caderno de encargos do concurso anterior”.
A ARS de Lisboa e Vale do Tejo descartou a responsabilidade, através do presidente, uma vez que as contratações dependem das empresas que vencerem os concursos públicos: “nós não contratamos enfermeiros, mas serviços de enfermagem”.
