As mexidas de incentivos fiscais ao investimento e a reforma do IRC servirão para o Governo “distribuir a alguns amigos alguns milhões de euros”, considera o bastonário dos técnicos de contas, Domingues Azevedo, à Lusa: “temo que se esteja a arranjar um negócio para alguns grupos económicos”.
O Governo anunciou que está a estudar medidas de incentivo fiscal ao investimento e a reforma do IRC, mas o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), Domingues Azevedo, encarou esse anúncio com apreensão. Em entrevista à Lusa, o responsável admite que as propostas não terão “os efeitos pretendidos” na economia nacional.
“Da forma como isto está, e com toda a sinceridade, temo mesmo que a medida não atinja os efeitos pretendidos e, mais grave, que seja uma maneira de distribuir a alguns amigos alguns milhões de euros”, afirmou Domingues Azevedo.
Há medidas, como o Crédito Fiscal Extraordinário (que permitirá às empresas deduzir à coleta de IRC parte das despesas de investimento elegíveis), cuja proposta “até é boa, ou de boa intenção”, mas cuja realização “não vale a pena” devido à queda acentuada do consumo interno.