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Medicamentos: Ordem promete expulsão de médicos envolvidos em fraudes

bastonario ommedico bigA Ordem dos Médicos prepara uma “punição severa” para os médicos que sejam condenados por fraude ao SNS. “Serão expulsos”, avisa o bastonário, no dia em que começou o julgamento do processo “Remédio Santo”, referente a um alegado comércio ilegal de medicamentos.

A Ordem dos Médicos (OM) não vai tolerar casos de clínicos envolvidos em comércio ilegal de medicamentos ou em casos fraudulentos. O aviso foi deixado pelo bastonário, José Manuel Silva, no dia em que teve início o julgamento do processo “Remédio Santo”.

“A Ordem aplaude a forma como o Ministério da Saúde tem estado a combater a fraude e a corrupção na Saúde”, afirmou ontem à noite o bastonário, em Faro, à margem de uma visita ao Algarve que começou ontem e termina hoje.

“Estamos à espera que as sentenças transitem em julgado. Se houver, aparentemente vai haver, médicos condenados, nós iremos aplicar uma punição severa”, garantiu José Manuel Silva, citado pela Lusa.

O responsável fora confrontado sobre a posição da Ordem dos Médicos quanto ao processo “Remédio Santo”, que ontem começou a ser julgado no Tribunal de Monsanto. Entre os 18 arguidos acusados de burlar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em quatro milhões de euros, há seis médicos.

Caso algum desses clínicos seja condenado na Justiça, a OM vai “aplicar uma punição severa”, que pode terminar com a ordem de expulsão.

“Queremos definitivamente separar o trigo do joio e, como eu tenho dito e mantenho, e a Ordem assim atuará, médicos que confundam o exercício hipocrático da Medicina com comércio ilegal serão expulsos da Ordem dos Médicos”, assegurou o bastonário.

A deslocação de José Manuel Silva ao Algarve teve por finalidade uma reunião com o Conselho Distrital da OM, na sequência de um comunicado emitido a 7 de Fevereiro sobre os acontecimentos que têm vindo a desenvolver-se no Centro Hospitalar do Algarve (CHA).

“Quando há um abaixo-assinado de mais de 300 médicos a criticar a gestão do hospital, naturalmente é porque há fundamento para as críticas que são mencionadas nesse abaixo-assinado”, argumentou o bastonário.

Esses 370 médicos repudiaram a resposta do presidente do conselho de administração do CHA, depois de Pedro Nunes ter criticado os clínicos que alertaram para os problemas de rutura nos hospitais públicos do Algarve.

“A única forma de se esclarecer efetivamente a extensão, a verdade e a origem dos problemas no Hospital de Faro é haver uma inspeção da Inspeção Geral das Atividades em Saúde e, naturalmente, mantenho essa solicitação”, afirmou José Manuel Silva.

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