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Marcelo: “Troika tem notado falta de vontade política para que seja feita a reforma do Estado”

marcelo rebelo sousa1Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, no espaço de opinião que assina no Jornal das 8 da TVI, que a “troika tem notado alguma falta de vontade política para que seja feita a reforma do Estado”. Marcelo teme que Comissão Europeia, BCE e FMI “torçam o nariz” à possibilidade de um corte de 4700 milhões de despesa.

“Tem havido uma vitória da linha moderada sobre a linha radical”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa, neste comentário semanal que assina todas as semanas na TVI. Este facto justifica o adiamento de algumas medidas importantes e, por outro lado, o recuo do Governo no braço de ferro que mantém com os professores, por exemplo.

Há cedências do Governo que, de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, levarão a troika a ter dúvidas de que Portugal será capaz de fazer um corte de 4700 mil milhões de euros, já no próximo ano.

“A troika tem notado falta de vontade política para que seja feita a reforma do Estado”, defendeu o professor, no Jornal das 8. E por isso, continua, é “normal” que a Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) tenham dúvidas sobre esse corte de despesa com o qual o Governo se comprometeu.

Marcelo considera que, aquando da sétima avaliação ao programa de ajustamento, que demorou mais tempo do que o esperado, os técnicos da troika tenham percebido que há um recuo do Governo e “falta de vontade política”.

Este recuo no braço de ferro com os professores não terá justificação fácil, aos olhos de BCE, CE e FMI. “Será difícil ao Governo justificar como é que adia a mobilidade especial dos professores para 2015 e dizer que a dos outros trabalhadores avança já no próximo ano”, referiu Marcelo Recebo de Sousa.

O professor e conselheiro de Estado comentou ainda o défice, na semana em que os números do Instituto Nacional de Estatísticas foram conhecidos – e divulgados pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar. O défice do primeiro trimestre atingirá os 10,6 por cento. “É normal que o Governo não esperasse que a injeção de 700 milhões de euros no Banif fosse obrigatoriamente contabilizada”, salienta Marcelo.

E na semana em que o ex-ministro das Finanças Teixeira dos Santos quebrou um silêncio de dois anos, Marcelo Rebelo de Sousa considera que “Vítor Gaspar sai melhor da fotografia do que Teixeira dos Santos”, na temática dos swap, uma vez que o ministro de José Sócrates “nem fazia ideia do que se passava”.

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