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Malária: primeiro composto ‘made in África’ entra com alta expetativa na fase de ensaio clínico

mosquitoA malária pode vir a conhecer o primeiro medicamento capaz de a erradicar. Um novo composto foi desenvolvido na África do Sul e demonstrou uma capacidade para “matar instantaneamente os parasitas resistentes” quando testado em animais.

Um composto desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento e Pesquisa da Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul), em conjunto com os suíços do Medicines for Malaria Venture, pode tornar-se no primeiro medicamento produzido no continente africano e, em especial, pode ser a muito procurada cura e erradicação da malária.

“Tenho o prazer de anunciar a descoberta de um composto que vai ser o primeiro candidato clínico pesquisado em solo africano, como parte dos esforços da indústria farmacêutica moderna no seu programa de descoberta de drogas para combater a malária”, orgulhou-se a ministra da Ciência e Tecnologia sul-africana, Naledi Pandor.

O composto, da classe dos aminopiridinos, foi desenvolvido nos últimos anos e exigiu um investimento a rondar os 25 milhões de rands, a moeda da África do Sul, tendo superado com sucesso os ensaios laboratoriais em animais. “A molécula do composto é nova, potente e tem capacidade para ter um impacto significativo no controlo global da malária e na sua erradicação”, referiu a ministra.

Os bons resultados demonstrados até ao momento levam a equipa de cientistas a partir com elevadas expetativas para a fase de ensaios em humanos. Ao contrário da metodologia atual, que exige a combinação de vários fármacos e que já ‘contornada’ pelos parasitas, o novo composto consegue “matar instantaneamente os parasitas resistentes”, como sublinhou o coordenador da investigação, Kelly Chibale.

“A droga que desenvolvemos foi testada em animais e constatámos que apenas uma dose, administrada oralmente, foi suficiente por curar por completo os que se encontravam infetados com os parasitas da malária”, complementou Chibale, confiante de que com o novo medicamento será possível reduzir, em cerca de 24 por cento, a mortalidade infantil na África subsariana.

“É uma demonstração poderosa do que pode ser alcançado por cientistas com a mente aberta que se juntam pelo bem da humanidade. É evidente que a guerra contra a doença não está ganha, mas estou entusiasmado com o papel que os nossos excelentes cientistas desempenharam ao encontrar uma cura potencial de dose única para a malária e, possivelmente, ao prevenir a sua transmissão”, concluiu a ministra Naledi Pandor.

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