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“Maior apreensão de anfetaminas do mundo” desfere golpe no Estado Islâmico

A polícia italiana anunciou ter feito “a maior apreensão de anfetaminas do mundo”, evitando uma receita de mil milhões de euros para o Estado Islâmico.

Foram apreendidos 84 milhões de comprimidos marcados com logotipo Captagon, com um peso conjunto de 15 toneladas, em três contentores no porto de Salerno.

“Esta é a maior apreensão de anfetaminas do mundo”, quer em termos de valor, quer em quantidade, anunciou a Guardia di Finanza.

A Captagon, um dos nomes comerciais da fenetilina, uma droga psicoestimulante, estava tão “bem escondida” que passou pelos detetores do porto de Salerno, como explicou o chefe da polícia da cidade de Nápoles, Domenico Napolitano.

“Não conseguimos vê-los, mas sabíamos que [os comprimidos] estavam a chegar por causa das nossas investigações, que estão a decorrer, sobre a Camorra”, precisou Domenico Napolitano, numa referência a uma das mais conhecidas máfias italianas.

A droga vinha escondida em cilindros de papel, com cerca de dois metros de altura por 1,40 de diâmetro, cada um contendo cerca de 350 quilogramas de comprimidos.

A Captagon é conhecida como ‘a droga dos jihadistas’, por inibir a dor e causar euforia, com o departamento de Drogas e Crime da ONU a considerar que é fabricada pelo Estado Islâmico, sendo uma das principais fontes de receita deste grupo terrorista.

“Sabe-se que o Daesh financia grande parte das suas atividades terroristas com o tráfico de drogas produzidas sobretudo na Síria, que se tornou o principal produtor mundial de anfetaminas nos últimos anos. De acordo com a DEA [autoridade policial dos EUA para o tráfico de droga], o Estado Islâmico faz um amplo uso desses medicamentos em todos os territórios sobre os quais exerce influência e controla sua venda”, destacou a polícia italiana.

As autoridades italianas acreditam que esta apreensão recorde só foi possível porque, com o confinamento, a produção de drogas sintéticas na Europa sofreu um profundo abalo.

“Muitos traficantes, de diferentes grupos de crime organizado, recorreram à Síria, onde parece não ter diminuído a produção”, complementou a polícia italiana.

A chefe da polícia de Nápoles, Gabriele Failla, avançou mesmo com a tese de um ‘consórcio’ de grupos criminosos para a compra de uma enorme remessa de droga, dado que nenhum grupo teria capacidade para processar a distribuição e venda de dezenas de milhões de comprimidos.

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