Mundo

Lucro do banco moçambicano BCI subiu 74 por cento em 2017

O banco moçambicano BCI, detido pela CGD e BPI, obteve em 2017 um lucro líquido de 2.474 milhões de meticais (35,4 milhões de euros), um crescimento de 74 por cento face ao ano anterior, de acordo com o relatório anual hoje divulgado.

“Esta evolução foi determinada, em grande medida, pelo desempenho positivo do produto bancário (mais 2.474 milhões de meticais [35,4 milhões de euros]), que compensou o crescimento dos custos de estrutura (mais 703 milhões [10 milhões de euros])”, refere o sumário executivo do relatório hoje divulgado pela instituição.

Dentro do produto bancário, por sua vez, destaca-se a subida de 32 por cento da margem financeira que reflete, “essencialmente, o efeito do investimento em bilhetes de tesouro e em aplicações em instituições de crédito que, compensaram a contração que se verificou na carteira de Crédito”.

Apesar do “ambiente macroeconómico pouco favorável” e de uma “desaceleração” da atividade de crédito, o BCI fecha o exercício de 2017 “com níveis de liquidez confortáveis, adequado controlo dos custos de exploração e uma situação financeira e patrimonial sólida, que pode ser atestada pelos principais indicadores financeiros e de atividade”, lê-se no relatório.

O banco fechou 2017 com um rácio de solvabilidade de 17,06 por cento, superior aos 13,99 por cento do ano anterior, acima do valor mínimo exigido pelo Banco de Moçambique (8,0 por cento).

O crédito a clientes líquido caiu 13,2 por cento e a qualidade da carteira degradou-se.

O crédito vencido há mais de 90 dias representava 8,40 por cento do crédito total por desembolso no final de 2017, comparativamente a 3,58 por cento em igual período de 2016.

“A degradação da qualidade do crédito reflete o contexto da recessão económica iniciada no ano de 2016 e que continuou em 2017, não obstante as fortes medidas do Banco de Moçambique com vista a recuperação da estabilidade macroeconómica”, lê-se no relatório anual do BCI.

“A cobertura de crédito vencido há mais de 90 dias pela imparidade fixou-se em 65,58 por cento (87,21 por cento em dezembro de 2016)”, acrescenta o documento.

O BCI – Banco Comercial e de Investimentos é detido a 97 por cento pelos bancos portugueses Caixa Geral de Depósitos (CGD) e BPI, que em dezembro reforçaram a sua posição ao receberem as ações do grupo Insitec.

A CGD já tinha uma participação maioritária de 51 por cento no BCI através da Parbanca SGPS à qual acrescentou uma parcela de 10,51 por cento em ações detidas diretamente.

O BPI reforçou a posição de 30 por cento para 35,67 por cento do capital social.

Em destaque

Subir