A Fitch manteve os municípios de Lisboa e Porto com a nota BB+, o primeiro nível da classificação de ‘lixo’. Apesar de elogiar as gestões autárquicas por reduzirem a despesa a um “nível confortável”, a agência recusou-se a atribuir uma nota superior à do país.

A nota do crédito das autarquias de Lisboa e do Porto continua a ser, para a agência financeira Fitch, de BB+, a primeira da classificação ‘lixo’. O ‘rating’ das duas cidades até poderia ser mais elevado, mas a dependência das transferências do Estado impediu a Fitch de atribuir uma nota mais elevada do que a concedida ao país.

Analisando a gestão da Câmara de Lisboa desde 2008, “a autarquia conseguiu reduzir a oferta de serviços de forma a reduzir a sua estrutura de custos”, graças a um plano financeiro que melhorou as receitas e diminuiu os custos: “a organização da autarquia foi igualmente simplificada, o que implicou igualmente uma redução com os custos de pessoal”.

No caso do Porto, “devido ao bom desempenho orçamental, um quadro institucional de apoio e alternativas de reprogramação de investimentos”, o nível da dívida está num patamar “moderado” e obedece a um plano de pagamentos “confortável”. As receitas fiscais próprias foram estáveis nos últimos cinco anos, ao contrário das verbas provenientes do Estado.

Apesar dos elogios à gestão dos dois municípios, a dependência das verbas provenientes do Estado impediu uma notação superior à de Portugal. O BB+ para a dívida soberana foi a notação revalidada a 12 de Novembro, com perspectiva negativa.