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Linchamento de dois cães na China pode provocar mudanças na lei

mcc1 210mcc1 bigDois cães foram linchados pela população de uma cidade. O ato ocorreu numa cidade da China, envolveu forças de segurança e serviu para lançar o debate sobre a necessidade do país adotar uma legislação de proteção animal.

Dois mastins tibetanos foram linchados pela população de Shijiazhuang, uma cidade chinesa onde é proibida a presença de animais de grande porte. Os cães pertenciam a um pastor e aproveitaram uma ausência do dono (tinha ido ao mercado) para sair da quinta. Ao entrarem na cidade, foram assustados por um idoso: acabaram perseguidos pela população e por agentes da polícia, sendo apedrejados, espancados com paus, mutilados com espadas e alvejados a tiro antes de morrerem.

A morte pode não ter sido em vão: de acordo com os especialistas, o impacto mediático do acontecimento e sobretudo a forma tendenciosa como a imprensa tem coberto o caso, denunciado a inexistência de leis contra a crueldade animal na China, podem servir para mudar o quadro legislativo do país.

“O Governo chinês quer enviar uma mensagem de que a forma como os animais são tratados é importante. Isto aconteceu numa cidade de província onde as pessoas estão com muito medo desses cães. Felizmente, agora é muito raro que incidentes como este ocorram nas maiores cidades chinesas, onde as pessoas estão mais conscientes das questões que envolvem o bem-estar animal”, resumiu Paul Littlefair, responsável internacional da associação RSPCA.

“O espancamento de cães à morte era comum na China, até muito recentemente. Embora seja muito angustiante ver que estas coisas continuam a acontecer, a diferença crucial deste caso é que foi abordado pelos meios de comunicação chineses e está sendo visto como inaceitável dentro da China. A legislação de bem-estar animal ainda está a três a cinco anos de distância, mas a reação a este caso irá adicionar um impulso para que algo seja feito”, reforçou, citado pelo Express Online.

De acordo com o Daily Express, o linchamento terá começado quando os dois mastins fugiram de uma vila próxima e, dentro da cidade, foram avistados por um idoso, que lhes atirou com um tijolo. Os cães, que estavam dentro de uma zona de apartamentos, fugiram em pânico, mas a corrida assustou os moradores, que reagiram atirando pedras.

As pessoas começaram a juntar-se e não tardarem a perseguir os dois mastins, espancando-os com paus e pás e agredindo-os com espadas. Ao povo juntaram-se cerca de 20 agentes da polícia e 40 seguranças dos apartamentos, segundo o mesmo jornal.

“Assim como o público, havia cerca de 40 seguranças e 20 polícias que participaram da caça aos cães. Os polícias tinham armas e os moradores estavam equipado com espadas. O cão de cor castanha tentou esconder-se num relvado alto, mas foi detetado pela polícia, que disparou seis vezes. Acreditamos que ele ainda estava vivo depois disso e foi então cortado por pessoas que batiam com espadas”, narrou um porta-voz da polícia.

“O mastim negro conseguiu esconder-se numa tenda que era usada para cobrir alguns materiais de construção, mas foi descoberto e expulso com pedras. Uma vez na rua, também foi atingido com espadas e morto”, complementou a mesma fonte.

A imagem que se segue pode ser considerada chocante e ferir a susceptibilidade de algumas pessoas.

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