Líderes cipriotas anunciam duas novas passagens entre o norte e o sul do Chipre
Os líderes cipriotas grego, Nicos Anastasiades, e turco, Mustafa Akinci, anunciaram hoje a abertura de duas novas passagens fronteiriças entre o sul e o norte do Chipre, após a primeira reunião entre os dois políticos em seis meses.
As duas passagens na fronteira serão abertas a 12 de novembro nas cidades de Derinia (a oeste) e Lefka (norte).
Com estes dois novos postos de controlo, serão nove os pontos de travessia ao longo da fronteira do Chipre, ilha dividida entre gregos e turcos.
A reunião de hoje teve como objetivo explorar as possibilidades de retomar o diálogo de paz antes da visita à ilha do novo enviado especial da ONU, Jane Holl Lute, marcada para o próximo dia 31 de outubro.
Em declarações à imprensa, Nicos Anastasiades descreveu a reunião como “muito produtiva” e afirmou que as partes reafirmaram que a solução do conflito deve passar pela criação de uma “federação com duas zonas e duas comunas”.
“Há uma vontade comum de paz, estabilidade e colaboração sobre o que foi discutido até agora”, acrescentou o Presidente cipriota.
O líder cipriota grego indicou que na reunião de hoje propôs a possibilidade de uma federação mais descentralizada entre as duas partes.
Anastasiades deixou em aberto a possibilidade de realizar uma nova reunião com Akinci em breve e concordar com outras medidas de confiança como as de hoje.
Os cipriotas gregos e os cipriotas turcos vivem divididos – no sul e no norte, respetivamente – desde 1974, quando o exército turco ocupou a parte norte da ilha e em 1983 declarou a República Turca do Norte de Chipre, reconhecida apenas por Ancara.
Desde então, o norte de Chipre é um território que depende política, militar e economicamente de Ancara.
Ao longo das últimas décadas, houve inúmeras tentativas de alcançar a paz entre as duas comunidades, embora nenhuma tenha sido bem-sucedida.
Em 2015, Anastasiades e Akinci retomaram as negociações após quase dois anos de suspensão e os avanços foram tão significativos que no início de 2017 convocaram uma conferência de imprensa na Suíça para fechar um acordo, um compromisso que, no entanto, acabou em fracasso.